Governo da Bahia promove circuitos arqueológicos para municípios da Chapada Diamantina

Os municípios baianos da Chapada Diamantina que detêm território formado há 1,6 bilhão de anos, com as maiores altitudes do Nordeste brasileiro – até 2.033 metros – e são considerados uma das regiões arqueológicas mais ricas do Brasil, ganharão um circuito patrimonial, ambiental e turístico construído conjuntamente pelos poderes públicos federal, estadual e municipais. A iniciativa pode trazer benefícios concretos para a preservação do patrimônio cultural e ambiental, além de novas perspectivas para o desenvolvimento econômico e social dessa importante região na Bahia.

Para firmar essa parceria entre os poderes públicos municipais, estadual e federal, os prefeitos dos municípios de Wagner, Iraquara, Palmeiras, Morro do Chapéu, Lençóis e SEABRA, assinam ontem (16/10/2010) um Protocolo de Intenções com representantes de diversas secretarias estaduais, da Universidade Federal da Bahia e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para execução da primeira etapa da Pesquisa e Manejo de Sítios de Arte Rupestre, que culminará com a criação do Projeto ‘Circuitos Arqueológicos da Bahia’.

A iniciativa é viabilizada pelo Governo do Estado, através das secretarias de Cultura (Secult-BA), Turismo (Setur), Meio-Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir), do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e do Iphan vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), além de ONG e demais representantes da sociedade civil organizada.

O projeto atende expectativas do 1º Fórum de Patrimônio Material da Bahia, realizado em maio de 2008 sob promoção do IPAC/Secult-BA, na cidade de Lençóis, que recomendou a criação de um plano de manejo e um roteiro de visitação dirigida aos patrimônios materiais da Bahia. Para o secretário estadual de Cultura, Marcio Meirelles, a Bahia é um dos estados brasileiros mais ricos em edificações significativas e sítios arqueológicos. “Nosso estado dispõe de extensa quantidade e qualidade de patrimônio material, como as construções seculares tombadas, pinturas rupestres, fósseis arqueológicos ou grutas”, diz Meirelles.

O diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça, explica que apesar da reconhecida riqueza patrimonial e arqueológica dessa região, faltavam ações de articulação entre as esferas governamentais e a sociedade civil que possibilitassem a salvaguarda permanente e o usufruto desses patrimônios culturais e ambientais. “Além de mobilização e informação técnica e valorização desses patrimônios arqueológicos, paleontológicos, naturais, paisagísticos e arquitetônicos, o projeto está formando uma rede estadual voltada à conservação e promoção do patrimônio cultural da Bahia”, explica Mendonça.

Com a iniciativa o IPAC pretende, ainda, fomentar a criação de instrumentos normativos para a proteção e a promoção dos bens patrimoniais, catalogar e mapear esses mananciais, para, finalmente, explorar adequadamente e com segurança ambiental o turismo para essa região. “Essas são premissas básicas para a proteção, a conservação e o aproveitamento sustentável desses recursos, que, em última instância, serão transformados em vetores de desenvolvimento econômico e social desses municípios”, finaliza o diretor do IPAC.

História geológica – A Chapada Diamantina é uma região de serras, vales e cumes, situada no centro da Bahia, onde nascem quase todos os rios das bacias hidrográficas do Paraguaçu, Jacuípe e Rio de Contas, com formação de quedas d’água, corredeiras e cachoeiras. Na região foi criado um parque nacional, em 1985, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do governo federal. A vegetação é exuberante, composta de espécies da caatinga e da florada serrana, com destaque para bromélias, orquídeas e sempre-vivas. As serras abrangem cerca de 38 mil quilômetros quadrados. Depois da formação da bacia sedimentar há cerca de 1,6 bilhão de anos, depositaram-se nessa região sedimentos sob a influencia de rios, ventos e mares. Posteriormente, aconteceu o “soerguimento” acima do nível do mar, e as inúmeras camadas de arenitos, conglomerados, e calcários, da Chapada de hoje, mostram esses depósitos sedimentares primitivos. Os conjuntos arquitetônico-históricos da região também são tombados como patrimônios culturais da Bahia e do Brasil.

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