Grupo chinês vai investir R$ 4 bilhões na área de grãos em Barreiras

Depois de dois anos de estudos de viabilidade econômica, o Chongqing Grupo de Grãos vai se instalar no estado e anunciou investimentos de R$ 4 bilhões no município de Barreiras, a 880 quilômetros de Salvador, no Oeste baiano.  Nesta sexta-feira (18/03/2011), em Salvador, a comitiva chinesa esteve reunida com representantes do governo estadual. No encontro, realizado na sala de reuniões da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), o secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, Eduardo Salles, representou o governador Jaques Wagner.

Na oportunidade, Salles reiterou a disponibilidade do Estado em dar condições para que o Chongqing inicie a construção da indústria de beneficiamento de soja. “Vocês escolheram a melhor região do Brasil para realizar o empreendimento. Temos ali os maiores índices de produção do mundo. São mais de um milhão de hectares de área plantada de soja”. Segundo o secretário, em 2010, a Bahia ampliou a relação com a China, inclusive com a instalação de um escritório naquele país. “Nos últimos anos, realizamos várias visitas à China, com a intenção de estimular esse comércio bilateral”.

Em 11 de abril, o governador acompanha a presidente Dilma Rousseff em viagem oficial à China. “Será uma oportunidade para assinarmos o protocolo de intenções. O governador se prontificou em encontrar com os representantes do grupo durante a viagem”, explicou o secretário.

Os itens que vão compor o protocolo de intenções serão ajustados pelo superintendente de Indústria e Mineração, Paulo Guimarães, da Secretaria Estadual da Indústria, Comércio e Mineração (Sicm), e pelo subgerente-geral do Chongqing, Wang Jianjun. “O próximo passo será a apresentação, por parte da empresa, no formato padrão do Estado, dos dados efetivos do projeto, como o número de empregos gerados, para que possamos montar o protocolo. O tipo de incentivo fiscal que eles têm direito por lei já está definido. Para que eles tenham direito à redução de impostos na importação de equipamentos, é preciso a assinatura do protocolo”, disse o representante da Sicm.

O presidente do Chongqing, Hu Julie, afirmou que já esteve reunido com o governador em duas ocasiões. “Com o apoio das secretarias estaduais e da prefeitura de Barreiras, nosso projeto está andando muito bem”. Para o empresário chinês, os projetos contemplam várias áreas do agronegócio, como o processamento (beneficiamento) de alimentos, armazenagem de grãos e logística. “Para atingir nossa meta, construiremos um polo industrial em Barreiras com capacidade de esmagar 1,5 milhão de toneladas, refinar 300 mil toneladas e armazenar 400 mil toneladas de grãos”.

Durante a reunião, a prefeita de Barreiras, Jusmari Oliveira, confirmou a doação de um terreno para construção do complexo industrial. “Estamos disponibilizando uma área de 100 hectares fora da zona industrial de Barreiras. Escolhemos um local que não ficasse totalmente fora da cidade, mas também próximo da ferrovia. Nossa ideia é fazer dessa nova área um novo distrito industrial de Barreiras”.

Complexo Intermodal Porto Sul

Indagado pelos executivos chineses sobre a logística para o escoamento dos produtos, o secretário da Indústria Naval e Portuária da Bahia, Carlos Costa, falou do empenho do Estado para viabilizar o Complexo Intermodal Porto Sul, que inclui a Ferrovia Oeste-Leste. “O Estado está preocupado com o desenvolvimento do Oeste baiano. Estamos trabalhando para implantar a primeira etapa da estrada de ferro que liga a região”.

A prefeita de Barreiras declarou que o projeto vai contemplar os pequenos produtores rurais. “Esse empreendimento muda totalmente a realidade econômica e social da nossa região. Os agricultores poderão ampliar suas áreas de produção, uma vez que o grupo vai investir recursos em financiamento de produção e garantir a comercialização”.

Segundo ela, inicialmente, serão gerados 300 empregos diretos, e quando estiver em pleno funcionamento, dentro de dois anos, poderá chegar a mil empregos diretos. “É um investimento que atrai outros. Onde a China investe, outros países também querem investir. Com a notícia que demos do investimento do Chongqing no Brasil, fomos procurados pelo Royal Group, dos Emirados Árabes. O Brasil tem buscado investimentos chineses, e a Bahia sai na frente com esse investimento de tamanha envergadura”, ressaltou Jusmari. O presidente da Desenbahia, Alberto Petitinga, também participou da reunião.

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