Com 22 anos de atuação no setor de construção civil, empregando cerca de 5200 funcionários, a Construtora R Carvalho Empreendimentos Ltda. situada em Feira de Santana, na Avenida Getúlio Vargas, número 3649, é considerada uma das maiores empresas do município e passa por sua mais grave crise.
Na manha de hoje (11/07/2011), durante o programa de rádio Acorda Cidade, os advogados da construtora, Gil Menezes e Roberto Menezes, explicaram que: “A empresa resolveu parar todas as atividades para fazer um diagnóstico da situação financeira. A R Carvalho tem um ativo maior do que o passivo, ou seja, tem mais patrimônio do que deve, mas não tem liquidez, dinheiro em caixa para aplicações imediatas”.
Com folha de pagamento mensal avaliada em R$ 8 milhões, a RCarvalho vinha atravessando dificuldades financeiras não apenas com pagamento de pessoal, que consta atraso de 15 dias, mas, também, com fornecedores.
Com ramificações em outros estados, a R Carvalho possuí 12.528 unidades habitacionais em construção na Bahia, Pernambuco e Espírito Santo. Segundo prepostos da empresa, a RCarvalho pretende no prazo de oito dias, retornar às atividades. Mas, fontes nos informam que todos os equipamento foram retirados das obras.
Caixa Econômica
A redação do Jornal Grande Bahia procurou a superintendência da Caixa Econômica em Feira de Santana, e foi recebida pela funcionária Maria da Luz Pereira da Silva Ribeiro, consultora Regional de Marketing, que informa apenas que a Caixa está fazendo uma profunda avaliação sobre os fatos para poder se pronunciar sobre a questão.
Os sinais de deterioração da saúde financeira da R Carvalho eram perceptíveis há algum tempo. Obras com mais de um ano de atraso do prazo para entrega das chaves, empreendimentos que vendidos e com contratos assinados não tiveram as obras iniciadas, reclamação de irregularidades na celebração de contratos e comentários de dificuldades de caixa, eram frequentemente vistos em Feira de Santana. Este conjunto de fatores deveria ter acesso o sinal de alerta da Caixa Econômica.
O banco oficial, ao invés de se colocar distante do problema e sem informações a dar, deveria ter percebido que algo ia muito mal junto à construtora. Nos bastidores comente-se que a RCarvalho levantou volume considerável de adiantamento financeiro junto à Caixa. E apesar dos sinais de uma necessária e profunda fiscalização por parte do agente financeiro, o que se viu foi certo descaso da direção local da Caixa.
Empresários e seguro
A redação do Jornal Grande Bahia também conversou com empresários do setor de construção que preferem não ter os nomes revelados. Eles dizem que os clientes da RCarvalho que assinaram os contratos juntos à Caixa Econômica Federal podem ficar tranquilos, devido ao Seguro-garantia Imobiliário que obriga ao agente financeiro, banco oficial ou banco privado, a garantir a entrega final do imóvel.
A Caixa Econômica explica, em sua páginal oficial, que o Seguro Garantia Do Construtor – Caixa tem por finalidade garantir a conclusão do empreendimento habitacional financiado ou arrendado, firmado pelo “Contrato Principal” entre a CAIXA e Construtor por meio da retomada da obra sinistrada, durante a vigência do seguro.
Faltam informações
O que se percebe claramente é uma falta de informações por parte da Construtora RCarvalho, Caixa Econômica e dos Ministérios em Brasília. Até mesmo a página do programa Minha Casa, Minha Vida, na Internet, esta fora do ar. Este é o pior cenário possível, e o que fazer? No momento o melhor caminho a seguir pelos clientes da RCarvalho/Caixa Econômica é manter a calma e procurarem um advogado, preservando os direitos contratuais.
A empresa é importante para economia do país, e uma solução que leve a retomada das atividades é aguardada pelo mercado e por consumidores.
Saiba + sobre Seguro-garantia Imobiliário
A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) explica que o Seguro-garantia Imobiliário, também conhecido como Seguro-Garantia de Conclusão de Obra ou Seguro-Garantia para licenciamento das construções de prédios residenciais multifamiliares e comerciais. Tem por objetivo assegurar que o construtor executará a obra nas condições fixadas no memorial de incorporação, garantindo a entrega do imóvel nas condições ou, eventualmente após acordo, a devolução das importâncias recebidas. O principal objetivo desta modalidade é garantir a conclusão da obra e não a devolução de recursos.
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