
A fragilidade da saúde de João Leão (PP), vice-governador da Bahia, sempre foi um dos fatores que o impedia de tentar disputar cargo majoritário nas Eleições 2022. Aos 76 anos e com as intercorrentes visitas à médicos, cumulada com volume considerável de atividade política, o esgotaram.
A essa situação, é acrescido o fato de parlamentares, prefeitos e lideranças do Partido Progressista aderirem de forma crescente a campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) para governador da Bahia e Lula (PT), presidente da República.
Diante deste cenário, é possível supor que a mudança de candidatura do mandato de senador para deputado federal que será anunciada por João Leão — com o filho Carlos Felipe Vazquez Leão (Cacá Leão, PP) desistindo da reeleição e lançando candidatura ao Senado em chapa majoritária liderada por Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto, UB) como pré-candidato ao governo da Bahia — é uma tentativa de corrigir os erros políticos cometidos até o momento e evitar que um número ainda maior de lideranças abandonem o apoio ao grupo de Magalhistas.
Além destes aspectos, a candidatura de Cacá Leão aproxima o grupo de ACM Neto do palanque do extremista Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, candidato à reeleição.
A adesão ao Magalhismo
João Leão foi “seduzido” à aderir ao Magalhismo por meio do filho, deputado federal Cacá Leão (PP), político que nutre uma relação afetiva com ACM Neto (UB).
Infere-se que, desde o primeiro momento, a ruptura com a liderança do governo petista de Rui Costa seria um equívoco por três fatores:
- Elevada aprovação da gestão do governador Rui Costa junto à população;
- Liderança e capacidade de transferência de voto de Lula para políticos aliados; e
- Dificuldade em convencer políticos e lideranças do grupo do PP que foram beneficiados durante os 15 anos e quatro meses, referentes aos Governos Wagner e Rui Costa.
Contra esses fatores, existiam dados de pesquisa eleitoral que apontavam a liderança de ACM Neto para governador. Então, entrou o cálculo do oportunismo político na equação, fator que resultou na ruptura com o governo Rui Costa por parte dos pepistas.
Ocorre que esse cenário não era novo na disputa entre candidatos do PT x Magalhistas e situações semelhantes resultaram na reversão de tendência eleitoral à medida que a campanha era apresentada, isso ocorreu em 2006, com a candidatura e vitória de Jaques Wagner ao governo da Bahia e em 2014, com Rui Costa.
Em síntese, é possível supor que o PP capitula e entrega o processo de disputa ao senado, ampliando a possibilidade de Otto Alencar (PSD) ser reeleito, através da majoritária liderada por Jerônimo Rodrigues.
O anúncio
O Progressistas Bahia e o União Brasil concedem, aos profissionais da imprensa da Bahia, entrevista coletiva nesta terça-feira (03/04/2022), às 15 horas, na sede do Partido União Brasil Bahia, em Salvador.
ACM Neto, pré-candidato ao Governo do Estado, estará acompanhado pelo vice-governador e pré-candidato ao Senado, João Leão, o deputado federal Cacá Leão, e lideranças políticas das duas siglas. Durante o evento, deve ser confirmada a desistência de João Leão à pré-candidatura ao Senado Federal.