
Reportagem de José Pedro Pitombo, publicada nesta quinta-feira (24/02/2022) no Jornal Folha de S.Paulo, revela que o senador Jaques Wagner (PT) indicou a aliados e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que não deseja ser candidato nas eleições de outubro ao Governo da Bahia, estado com 10,8 milhões de eleitores e quarto maior colégio eleitoral do país.
Com o recuo, aliados tentam construir uma nova alternativa para concorrer ao governo e liderar grupo político que comanda o estado há 15 anos. A sucessão na Bahia promete uma disputa acirrada entre o grupo governista e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), pré-candidato da oposição.
Segundo a reportagem, o favorito para assumir a candidatura ao Governo da Bahia é o senador Otto Alencar (PSD), ex-adversário que se tornou aliado do PT em 2010 e é visto dentro do grupo como um nome confiável.
Diante do impasse, surgiu na mesa de negociações uma terceira alternativa: a escolha de um novo nome do PT para concorrer ao governo no lugar de Jaques Wagner e a manutenção de Otto como candidato ao Senado.
A decisão de Jaques Wagner de não concorrer ao Governo da Bahia é de caráter pessoal. Aos 70 anos, o ex-ministro se sente confortável com o mandato no Senado, que se encerra apenas em 2027, e não deseja voltar ao centro da disputa eleitoral da Bahia, afirma a reportagem da Folha de S.Paulo.
Pesquisa aponta favoritismo da oposição
O ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) lidera em todos os cenários a disputa para governador da Bahia em 2022, revela pesquisa Real Time Big Data encomendada pela Record TV e divulgada nesta quarta-feira (23/02/2022).
No levantamento espontâneo, em que não é apresentada uma lista de candidatos, ele tem 25% das intenções de voto, contra 12% do segundo colocado, o ex-governador Jaques Wagner (PT); 7% do terceiro colocado, Rui Costa (PT), que não pode concorrer novamente à reeleição; e 2% do quarto colocado, João Roma (Republicanos), atual ministro da Cidadania. Outros nomes somam juntos 3% dos votos. Brancos e nulos totalizam 13%. O percentual de entrevistados que não sabe ou não respondeu é de 38%.
Na pesquisa estimulada, quando é apresentada uma lista de candidatos ao eleitor, a liderança de ACM Neto é ainda maior. No primeiro cenário, ele tem 45% das intenções de voto; enquanto Jaques Wagner tem 30%; João Roma, 9%; e Bernadete Souza (Psol), 5%. Brancos e nulos somam 7% das intenções e 4% não sabem ou não responderam.
No segundo cenário estimulado, que leva em conta os apoios na esfera federal, ACM Neto, tido como independente, tem 40% das intenções de voto. Jaques Wagner, que teria o apoio do pré-candidato e ex-presidente Lula (PT), 34%. João Roma, com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), teria 12%. Bernadete Souza, com o apoio de Guilherme Boulos (Psol), 2%. Brancos e nulos representam 9% dos entrevistados. Cerca de 3% não souberam ou não responderam.
Em um terceiro cenário, sem a presença de Jaques Wagner, ACM Neto lidera com ainda mais folga: 48%. O senador Otto Alencar (PSD) aparece com 17% das intenções de voto; João Roma com 10%; e Bernadete Souza, com 7%. Quase 10% dos votos seriam brancos ou nulos. Um total de 8% dos entrevistados não soube ou não respondeu.
*Com informações do Jornal Folha de S.Paulo e do site R7.