Na Amazônia, festival de fotografia promove ‘Agenda Visual’ em torno da temática meio ambiente

Serão organizadas 5 galerias e performances de artistas a serem instaladas nas ruas de Porto Velho (RO).
Serão organizadas 5 galerias e performances de artistas a serem instaladas nas ruas de Porto Velho (RO).

Até 27 de março de 2022, acontece a 5ª edição do Festival Fotografia em Tempo e Afeto, uma maratona de composições visuais idealizada pela fotógrafa e ativista Marcela Bonfim, que capta em suas lentes a diversidade e a presença negra em uma Amazônia afastada das mentes de fora, mas latente às vias de dentro, sendo a mente criativa por trás dos projetos Amazônia Negra (www.amazonianegra.com.br) e Amazônias: Madeira de Dentro. Madeira de fora (www.madeiradedentro.com).

Neste ano, o Festival Fotografia em Tempo e Afeto acontece em formato híbrido, com ações presenciais em Porto Velho (RO), que darão origem às ações virtuais transmitidas durante todo o mês de março.

A abertura do festival aconteceu em fevereiro com o workshop da fotógrafa Elza Lima (PA), dando sequência ao processo de composição disponibilizado no Instagram @mostraaceuaberto, e contou com a oficina do documentarista João Roberto Ripper (RJ). A programação segue até o fim de março, com inscrições para a oficina do fotógrafo Uiler Costa-Santos (BA), prevista para os dias 21, 23 e 25 de março.

Serão organizadas 5 galerias e performances de artistas a serem instaladas nas ruas de Porto Velho. A 5ª edição da “Mostra a Céu Aberto da Cultura da Visualidade” tem como mote “Meu Meio é o Meio Ambiente” norteando o processo e formato de composição curatorial do festival.

A montagem da “Mostra a Céu Aberto da Cultura da Visualidade” acontece em 01 e 02 de março. Um trabalho coletivo com obras de Aline Motta (SP), Ana Lira (PE), Eder Lauri (RO), Gal Cipreste Marinelli (RJ), Lia Krucken (BA), Marcela Bonfim (RO), Paula Sampaio (PA), Pi Suruí (RO), Rodrigo Masina Pinheiro (RJ), Rogério Assis (PA) e Washington da Selva (BA). Transportando as visualidades compostas com a cidade para a “Mostra On”, a ação contará com uma visita guiada virtual, possibilitando ao público de qualquer lugar, navegar pelas camadas e contextos visuais de Porto Velho.

O Festival Fotografia em Tempo e Afeto conta ainda com intervenções e performances especiais, como o “Berimbau Ossauro” de Dom Lauro (RO), as imagens da vivência indígena de Márcia Mura (RO), as “Coroas” do fotógrafo Uiler Costa-Santos (BA), os varais da série “D’Água e Lama”, da fotógrafa e cineasta Michele Saraiva (RO), as letras visuais de “VÃO: trens, marretas e outras histórias”, livro da jornalista Jéssica Moreira (SP), a “acreanidade” do artista visual Danilo San´Acre (AC), as sensações visuais da artista plástica Margot Paiva (RO), e a potência ativista das imagens de Ronaldo Nina (RJ).

O momento de montagem das cinco galerias será documentado em diálogo com próprio meio ambiente e cotidiano da cidade, sendo absorvidas pelo fotógrafo e pelo vídeo-maker, Saulo de Sousa (RO) e Christyann Ritse (RO), ambos compositores da mostra, e artistas da região.

Outros artistas vão interagir por dentro do processo, inclusive espectadores ativos no Festival, que farão uma espécie de livre-comentário, testando as possíveis formas de expressão, todas percorridas entre as tantas camadas que o festival se propõe a encontrar e refletir. Já estão confirmados nesta etapa a professora e pesquisadora Cynthia Cy Barra (BA), a Iyalorixá Marlene de Nanã do Terreiro Vintém de Prata (BA), a pesquisadora em cinema Naara Fontinele (RO), a fotógrafa e pesquisadora Maria Thereza Soares (MA), além dos fotógrafos Marcelo Reis (BA) e Alberto César Araújo (AM).

Haverá o lançamento da exposição virtual, do vídeo-conceito e de um catálogo final, difundidos pelas plataformas parceiras da Casa Ninja Amazônia e Ninja Foto. O processo da convocatória, já encerrado com 119 propostas, contou com a parceria da plataforma Frontfiles.

Um dos grandes objetivos do festival é elucidar a fotografia como uma ferramenta de poder, tanto na economia quanto na política. Em 2022, o festival busca exercitar formas de se pensar o “meio ambiente” brasileiro para além da ideia de Amazônia, tomando a imagem como escuta, destoando das formas tradicionais de se comunicar a fotografia, as questões sociais, políticas e ambientais.

“Temos a consciência dos males que os estigmas e regimes de invisibilidade significam em nossa região, quando percebemos, por exemplo, homens e mulheres desaparecendo dentro do meio ambiente. É o caso dos povos indígenas, populações negras e quilombolas. Por isso, a fotografia é também uma forma potente de discutir as questões políticas da região amazônica, principalmente destacando a forma de refletir de quem é de dentro da região e questionando as reflexões externas”, explica Marcela Bonfim.

Criado em 2017, o Festival Fotografia em Tempo e Afeto ocupa as ruas de Porto Velho (RO) e comunidades próximas com uma série de composições visuais, com o objetivo de mostrar as relações da visualidade com o tempo, espaço e política local. Este ano o projeto conta com recursos da Lei de Aldir Blanc, aplicado pela Superintendência de Esporte, Cultura e Lazer do Governo do Estado de Rondônia.

“Praticar o exercício comunitário da composição, prezando pelo sentido do acesso e da inclusão, tem sido a aposta e também a certeza do Festival. Queremos expandir a consciência visual e desmistificar os códigos que interferem em nossa visualidade, como também das diversas e múltiplas Amazônias, que se constituem apenas por habitar o seu meio”, finaliza Bonfim.

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