
Qualidade do elenco e atuações, além da narrativa, e fotografia, renderam ao curta-metragem ‘Via Láctea’, dirigido pelo baiano Thiago Almasy, a menção honrosa na mostra competitiva do Festival Visões Periféricas – voltado às produções de todo o país e que completou 15 edições em 2022. A cerimônia, originalmente realizada no Rio de Janeiro, aconteceu virtualmente, nesta segunda-feira (21/02/2022), com a presença de Thiago.
“Estou sem palavras, que coisa mais linda. Ter um filme sendo notado num festival como o Visões para mim é muito importante. Sou muito grato à toda equipe que colou comigo”, agradeceu Thiago, ao citar a relação próximas dos artistas envolvidos com a narrativa de Via Láctea, lançado em junho de 2021, pelo YouTube.
Gravado no Subúrbio Ferroviário de Salvador, o curta-metragem Via Láctea narra a saga de alienígenas que chegam à Bahia com o objetivo de dominar o planeta quando, prestes a dar início à missão, têm seus planos impactados por um fenômeno global: a pandemia de covid-19.
“Pela qualidade do elenco e atuações, maturidade do roteiro, fotografia, reflexão social através de uma narrativa de ficção científica racial, gênero pouco explorado no cinema nacional, e por reafirmar a força e a multiplicidade do cinema baiano”, declarou o júri, ao conceder a premiação.
Via Láctea
Com orçamento de R$100 mil, fruto do Prêmio Conceição Senna de Audiovisual, por meio de edital municipal da Fundação Gregório de Mattos, e incentivo da Lei Aldir Blanc, Via Láctea apresenta ao telespectador trilha sonora própria, atmosfera de magia e narrativa que toca também questões sociais, como representatividade – sobretudo ao dar protagonismo aos personagens quase que na mesma medida. “Acho que vai impressionar muita gente. O filme está com uma primazia estética muito bonita e que marca o momento da pandemia, para Salvador e para a Bahia”.
Via Láctea tem produção executiva de Ary Rosa e Fábio Osório Monteiro, que também atua. Esta é a primeira produção, com verba captada, assinada pela ULTIMA Plataforma, selo de produção artística criada por Thiago com o ator Sulivã Bispo, intérprete de Mainha, em Na Rédea Curta.
O curta, garantem os autores, parte da premissa de descolonizar narrativas e dar protagonismo e dignidade à existência de pessoas historicamente invisibilizadas. Márcia Limma, Genário Neto, Fábio Osório Monteiro, Antônio Fábio, Fernanda Silva e a atriz mirim Aya Dantas dão vida a personagens que, reforça Almasy, são complexos o suficiente para agregar valor à Via Láctea da Bahia.