Agropecuária terá papel central na visita do presidente Jair Bolsonaro à Moscou, diz embaixador do Brasil na Rússia

Presidentes Jair Bolsonaro e Vladimir Putin trocam cumprimento durante encontro em Osaka, Japão, ocorrido em 27 de junho de 2019.
Presidentes Jair Bolsonaro e Vladimir Putin trocam cumprimento durante encontro em Osaka, Japão, ocorrido em 27 de junho de 2019.

Participação de autoridades brasileiras em tradicional feira de alimentos de Moscou dá a largada para os eventos da visita do presidente Jair Bolsonaro à capital russa. Nesta segunda-feira (07/02/2022), o Brasil inaugurou sua participação na feira de alimentos PRODEXPO, a fim de alavancar suas vendas para o mercado russo.

Na abertura do estande coordenado pela APEX-Brasil, compareceram autoridades como o senador Irajá Abreu (PSD-TO) e o embaixador do Brasil em Moscou, Rodrigo Baena Soares.

“Esta é a maior feira agropecuária da Rússia, logo uma ótima oportunidade para mostrarmos nossos produtos, potencial e agricultura pujante com grande teor tecnológico”, disse Baena Soares.

Para ele, mesmo em momento delicado para o comércio internacional, em função da pandemia, o Brasil deve aumentar o intercâmbio comercial com a Rússia.

De acordo com dados do governo federal, disponíveis no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), o Brasil perdeu espaço no mercado russo nos últimos anos.

Entre 2017 e 2021, o volume de exportações do Brasil para a Rússia caiu de US$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 14 bilhões) para US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 7 bilhões), uma queda de 44%. Já as importações de produtos russos aumentaram 119%, de US$ 2,6 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) para US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 29 bilhões).

“O volume de comércio entre os nossos países já ultrapassa os US$ 7 bilhões [cerca de R$ 36 bilhões], mas temos que procurar equilibrar um pouco mais essa balança, para que tenhamos uma troca benéfica para os dois países”, notou o embaixador.

Visita do presidente Bolsonaro

O aumento do volume do comércio entre Brasil e Rússia passa pelo setor agropecuário, que terá papel de destaque durante a visita do presidente Jair Bolsonaro à Moscou, prevista para os dias 15 e 17 de fevereiro.

“É um tema muito importante”, confirmou o embaixador. “Nessa área, Brasil e Rússia são complementares: importamos fertilizantes da Rússia e exportamos produtos do agronegócio. Fertilizante é um insumo essencial para a nossa agricultura, enquanto nossos produtos são importantes para a segurança alimentar russa. Nessa complementariedade é que reside o principal centro do comércio entre os dois países.”

No entanto, o embaixador considera necessário que o Brasil diversifique sua pauta exportadora, com maior participação de produtos de valor agregado.

“Não podemos ficar restritos apenas a produtos agrícolas. Nós temos condições de ampliar a presença de produtos como máquinas, equipamentos, inclusive para os setores agrícola e de serviços”, acredita Baena Soares.

Churrasco com amendoim

Neste ano, a participação brasileira na PRODEXPO não se restringe ao seu estande: a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) é patrocinadora oficial da feira.

“A APEX resolveu valorizar ainda mais a participação brasileira, para lembrar ao público russo que, a despeito das dificuldades, o Brasil está presente”, disse à Sputnik Brasil o diretor do escritório da APEX em Moscou, Almir Ribeiro Américo.

Nesta segunda-feira (7), o estande brasileiro estava movimentado, com representantes de dez empresas de setores como amendoins, carnes, café e açaí.

“Cinco das empresas presentes são do setor de amendoins”, contou Américo. “Atualmente, a Rússia é o maior importador e maior mercado mundial para o amendoim brasileiro.”

Outro setor que retoma sua participação na feira é o de proteína animal. No passado, o Brasil era o principal fornecedor de carnes para a Rússia, mas a política russa de substituição de importações e entraves sanitários frearam as exportações nos últimos anos.

Esse cenário, no entanto, pode estar mudando. Durante recente visita da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, a Moscou, o governo russo anunciou a abertura de cota de 300 mil toneladas de carne com tarifa zero de importação, que favoreceu as exportações brasileiras.

A nova cota já garantiu um aumento de 184,8% no fornecimento de carne bovina para a Rússia entre janeiro e fevereiro de 2022.

A recuperação do setor de carnes é perceptível no estande do Brasil, que voltou a receber empresas como a BRF e a Seara.

O diretor da APEX-Brasil está otimista em relação ao futuro das carnes brasileiras no mercado russo.

“A abertura dessa cota mostra que a produção [doméstica] russa chegou em um limite, e ainda não é suficiente para abastecer todo o mercado”, considerou Américo.

“Estamos em um momento de crise, mas, na medida em que a renda do consumidor russo volte a crescer, […] a posição da carne brasileira vai aumentar na mesma proporção.”

Em novembro de 2021, governo russo anunciou o envio de uma missão para habilitar mais frigoríficos brasileiros a exportarem carnes para a Rússia. Considerando a vitalidade da feira, os ventos em Moscou estão com cheiro de churrasco.

A PRODEXPO será realizada entre os dias 7 e 11 de fevereiro na capital russa. A feira é considerada a maior do setor de alimentos e bebidas do Leste Europeu. Neste ano, o evento conta com mais de 2.500 exibidores provenientes de 73 países.

*Com informações da Sputnik Brasil.

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