PT pedirá investigação sobre delegado autor de “laudo paralelo” sobre as mensagens apreendidas na Operação Spoofing envolvendo membros da força-tarefa do Caso Lava Jato; Em tese, investigação evidenciou ‘Aliança do Crime’

Suspeita do PT é que o delegado da Polícia Federal Felipe de Alcântara de Barros Leal cometeu prevaricação para proteger procuradores da Lava Jato. Delegado produziu “laudo paralelo” sobre as mensagens da Operação Spoofing.
Suspeita do PT é que o delegado da Polícia Federal Felipe de Alcântara de Barros Leal cometeu prevaricação para proteger procuradores da Lava Jato. Delegado produziu “laudo paralelo” sobre as mensagens da Operação Spoofing.

O Partido dos Trabalhadores pedirá ao Ministério Público Federal (MPF) que se investigue o delegado da Polícia Federal Felipe de Alcântara de Barros Leal, por possível cometimento de prevaricação, ou seja, crime praticado por servidor público contra a Administração Pública.

O delegado é autor do requerimento de um “laudo paralelo” sobre as mensagens de celular apreendidas pela Polícia Federal na Operação Spoofing, que prendeu o hacker Walter Delgatti Neto. Essas mensagens revelaram como os procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro participaram de um conluio para condenar o presidente Lula injustamente.

De acordo com a presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), ao pedir a confecção de um novo laudo, mesmo após a PF atestar a integridade dos diálogos, Barros Leal promoveu ato de ofício a fim de satisfazer interesses pessoais, em vez de cumprir com lealdade a missão que lhe foi atribuída.

Segundo o site Conjur, o delegado se uniu ao subprocurador-geral da República José Adonis Callou para desobedecer a uma portaria da Procuradoria-Geral da República. O PGR, Augusto Aras, havia determinado que Adonis Callou conduzisse “investigação da conduta de membros do Ministério Público Federal, na prática de infrações penais” no contexto dos diálogos que vieram a público.

Callou, porém, em vez de investigar a conduta de seus pares, encomendou o laudo, que acabou requerido a peritos por Barros Leal. Em razão desses fatos, o delegado foi afastado pela Polícia Federal do comando do setor de Serviço de Inquéritos (Sinq).


Referência

[1] Operação Spoofing revela Aliança do Crime

As mensagens apreendidas pela Polícia Federal (PF) durante deflagração da Operação Spoofing, ocorrida em 23 de julho de 2019, com o objetivo de investigar as invasões às contas de Telegram de membros da força-tarefa do caso Lava Jato em Curitiba e do, à época da Operação, ministro Sérgio Moro, então juiz federal encarregado do caso, revelaram possível conluio com procuradores da República, cujos protagonistas usaram linguagem vulgar, cuja tipicidade é de facínoras e se encontram distante do que se espera dos mais bem remunerados servidores da República. O que levanta a hipótese de que uma espécie de ‘Aliança do Crime’ parece ter operado através da força-tarefa do Caso Lava Jato, no Ministério Público Federal (MPF), em conluio com juízes federais, policiais federais e membros da Receita Federal.

A tese de formação e operação do ‘Aliança do Crime’ ganhou verossimilhança processual durante julgamento da 2ª Turma do STF, ocorrido em 9 de março de 2021 (terça-feira), na qual foi analisada o Habeas Corpus (HC) interposta pela defesa do ex-presidente Lula, quando o presidente da Turma, ministro Gilmar Mendes, passou a ler e comentar a troca de mensagens entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol, à época, chefe da força-tarefa do Caso Lava Jato em Curitiba, com os demais membros do esquema, identificando hierarquia e comando persecutório partindo do juiz, que atuou em conluio com os procuradores da República.

As digressões analíticas do ministro Gilmar Mendes foram apoiadas pelo ministro Ricardo Lewandowski, que comprovou a autenticidade e veracidade das mensagens apreendidas durante a Operação Spoofing e demonstrou estupor diante do elevado índice de corrupção protagonizado pelos membros do que pode ser avaliado como uma sofisticada Organização Criminosa (ORCRIM), cujos efeitos nefastos afetaram os direitos civis do ex-presidente da República, com reflexos sobre a vida política e econômica do país.

No contexto dos fatos, observa-se que o Ministério Público Federal (MPF) tomou uma série de iniciativas com a finalidade de obstaculizar a investigação federal liderada pelo ministro Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, ao analisar os conteúdos probatórios colhidos pela PF durante a Operação Spoofing, verificou evidência de atividade criminosa praticada pelos membros da Aliança.

Em 30 de março de 2021, , em recurso contra a investigação do STJ, a Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão máximo do MPF, pediu que a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber extinguisse o inquérito, alegando que os fatos investigados são alvo de processo administrativo que tramita no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Demonstrando a proteção aos possíveis membros da Aliança do Crime, a PGR foi além e afirmou que a investigação no STJ tem caráter persecutório e é “flagrantemente ilegal e abusiva”. Nestes mesmos termos, ou seja, de possível defesa de membros de uma suposta Aliança do Crime, a Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) advogou pelo fim das investigações federais.

No contexto fático, vale a máxima, “quem não deve, não teme”. Esse não parece ser o caso e é por esse motivo que tentam impedir que uma investigação federal sobre atos de servidores federais que atuaram no Caso Lava Jato sejam investigados.

Em tese, certos membros da Corte de Justiça, identificados com a direita e extrema-direita, apoiam ‘Aliança do Crime’

O tratamento diferenciado dado ao ex-presidente Lula, cumulado com o apoio ao Golpe Jurídico-Parlamentar de 2016, evidencia que certos membros do Supremo Tribunal Federal (STF) apoiam, em tese, os elementos que compõem a possível ‘Aliança do Crime’ e as evidentes violações praticadas pelos mesmos, cuja finalidade foi enriquecimento pessoal e fins de poder. A estes fatos, existe o registro histórico do protagonismo políticos dos adeptos do fascismo que levaram ao poder da República o néscio governante de extrema-direita Jair Bolsonaro.

Banner da Prefeitura de Santo Estêvão: Campanha do São João 2024.
Banner da Campanha ‘Bahia Contra a Dengue’ com o tema ‘Dengue mata, proteja sua família’.
Sobre Redação do Jornal Grande Bahia 141298 artigos
O Jornal Grande Bahia (JGB) é um site de notícias com publicações que abrangem as Regiões Metropolitanas de Feira de Santana e Salvador, dirigido e editado pelo jornalista e cientista social Carlos Augusto.