
A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, alertou esta terça-feira para a “terrível situação no Brasil” devido à pandemia de Covid-19.
Falando a jornalistas em Washington, a diretora-geral da agência, Carissa Etienne, afirmou que “o vírus continua crescendo perigosamente” em todo o país, com casos e mortes aumentando e a ocupação de leitos de UTI, que já faltam em muitos estados.
Prevenção
Para a chefe da Opas, “é fundamental que todos os brasileiros adotem as medidas preventivas que estão sendo colocadas em prática para desacelerar a transmissão do vírus. ”
Etienne contou que a situação já afeta os países vizinhos. Os casos sobem na Venezuela perto da fronteira com o Brasil.
Na semana passada, mais de 1,2 milhão de pessoas foram diagnosticadas com Covid-19 nas Américas e mais de 31,2 mil morreram da doença. Houve mais notificações nesses sete dias do que na semana anterior.
Os casos começaram a estagnar em países como Estados Unidos, Canadá e México e Panamá, mas aumentaram em na Guatemala, no Chile, no Paraguai e no Uruguai.
No Caribe, a maioria dos casos ocorreu na Jamaica, onde aumentaram continuamente por várias semanas. Outras altas ocorrem em Cuba, Aruba, Curaçao e Antigua e Barbuda.
Para Carissa Etienne, esta situação “é uma emergência ativa de saúde pública. ”
Vacinação
Até esta terça-feira, as campanhas de imunização tinham começado em 33 dos 35 Estados da região. Até o momento, foram aplicadas mais de 155 milhões de doses.
A agência atua com Haiti e Cuba, que ainda não começaram a vacinar, para avançar nesse processo.
Até o momento, a Covax entregou 2.161.800 doses para a região, incluindo mais de 1 milhão ao Brasil no último domingo. Essa semana, mais de 100 mil doses devem chegar a El Salvador, Belize e Suriname
Mas a chefe da Opas diz que essas quantidades ainda não são suficientes. Para Etienne, “o mundo inteiro depende de poucos fabricantes” e a comunidade internacional deve “encontrar maneiras de compartilhar vacinas de forma mais equitativa entre os países. ”
Segurança
Ela contou ainda que “a aceitação da vacina tem sido alta”, dizendo que isso “é uma notícia muito boa. ”
E, quando a oferta aumentar, “não haverá outra região no mundo melhor preparada para entregar vacinas com rapidez e segurança” do que as Américas.
Carissa Etienne afirma que estes países “têm uma longa tradição de inovação em vacinas e sistemas de imunização bem estabelecidos”, capacidades desenvolvidas ao longo de décadas de luta contra doenças como poliomielite, sarampo, gripe e febre amarela.
Para a diretora-geral, a região manteve as taxas de vacinação relativamente estáveis durante a pandemia. Houve uma queda durante a primeira onda do vírus, mas a cobertura se recuperou no final do ano.
Segundo ela, “esta é uma conquista notável.”