
Há dois anos os eleitores foram às urnas para votar para presidente, deputados federais, estaduais, governadores e senadores da República, num cenário político cheio de opções para todos os gostos (partidos e candidatos).
O resultado das últimas eleições nos mostra uma tendência, onde grande parte dos eleitores estão decidindo o seu voto pelo candidato e não mais pelo partido político. Se fosse ao contraio Rui Costa não seria governador da Bahia e Jair Bolsonaro presidente da República.
Deixando de lado uma análise mais profunda, percebe-se que contradições se reproduziram em outros estados da federação, mas o ponto em questão é entendermos como estamos longe do voto ideológico partidário.
Há quem afirme que nada mudará, o eleitor repetirá práticas do passado não tão distante: trocar o voto por vantagens pessoais, confiar em promessas milagrosas e continuar a acreditar em “disco voador”, “capitão américa”, ou em apresentador de programas que distribuem dinheiro público.
Quem se habilita a desvendar esse comportamento que está escondido no inconsciente do eleitor? Quem será capaz de decifrá-los? Quem conseguirá interpretá-los num cenário político confuso, convivendo com denúncias de corrupção e uma pandemia sem escala, além de ser humilhado, isolado socialmente sem esperança, de mãos atadas, mais crítico sob todos os aspectos?
O Superior Tribunal Eleitoral, estabeleceu dentro do calendário eleitoral, critérios para o período atribuído às ações de pré-campanha, dando assim legitimidade a figura do pré-candidato. Funciona como uma “consulta popular” onde o candidato pode interagir com as comunidades ouvindo e apresentando propostas com o objetivo de medir o grau de aceitação, para uma possível candidatura ao cargo eletivo postulado.
No marketing eleitoral o candidato é tratado como um produto que fala e tem prazo de validade limitado ao dia das eleições, diferente no marketing político o candidato é o rotulo do produto e o eleitor é levado a conhecer antes de consumir e comprovar sua eficiência pós eleitoral.
Existem diversas ferramentas disponíveis para uma disputa eleitoral, como as pesquisas de opinião, que são importantes para identificar o cenário e fazer um “retrato” da atual situação do candidato, mas não são um fator preponderante. Portanto, cada vez mais é evidente a necessidade de compreender o comportamento sociocultural do eleitor e entender o que o motiva ir às urnas declarar seu voto, assim poderemos entender os fatores influenciadores em família, em seu grupo e em sua comunidade, afinal o voto é individual e obrigatório, mas o resultado do pleito é coletivo.
Nesta próxima eleição para prefeitos e vereadores, veremos se o cidadão amadureceu ou se ainda vai comprar o produto “mais palatável” exposto na prateleira sem perceber o seu conteúdo, valor, benefícios e data de validade para os próximos quatro anos.
Na estrutura política o cargo de vereador deveria ser o primeiro degrau para se chegar a Presidente da República o segundo passo é eleger-se a prefeito. Essa importante base política formada nos municípios, norteará e produzirá um novo posicionamento geopolítico social que revelará um novo cenário para as próximas eleições presidenciais 2022.
Quem venha as eleições e que o resultado produza o perfil de uma sociedade consciente.
*Marcus Oliveira, publicitário e consultor de marketing.