
“Qual é verdadeiramente e onde encontrar a ‘obra’ de Luiz Gama?”, “como ele se ‘põe em cena’ e se revela em seus textos?”. Essas perguntas aparentemente simples guiaram as investigações da professora doutora Ligia Fonseca Ferreira sobre o advogado, poeta e jornalista Luiz Gama. Desde o início da década de 90, a pesquisadora persegue o propósito de oferecer a oportunidade de se ouvir a palavra de Luiz Gama, de apreciar sua subjetividade, o seu discurso.
Em seu novo livro, “Lições de resistência”, a escritora reúne o fruto de três anos de “garimpo” pelos artigos publicados pelo abolicionista baiano, entre 1864 e 1882, na imprensa de São Paulo e do Rio de Janeiro. “Eu espero ser um simples ‘mestre de cerimônias’, fazendo ecoar a voz de Luiz Gama, a fim de que ele se sinta carinhosamente abraçado pelos jornalistas baianos”, afirma Ligia Ferreira.
A obra lançada sob o selo Edições Sesc São Paulo é tema da live que a ABI promoverá no dia 18 de junho, às 18h. Ligia Ferreira trará uma importante contribuição para entender o que a obra de Gama teria a nos dizer sobre seu espantoso letramento, sobre a construção de sua cultura literária, jurídica e política, sobre sua engenhosa arte, sobre as estratégias mobilizadas por um negro e ex-escravizado que conquistou o saber e a palavra.
