

O Brasil teve superávit comercial de 4,713 bilhões de dólares em março, desempenho acima do esperado pelo mercado num mês de forte queda no preço de commodities e revisões no crescimento global por conta do surto de coronavírus.
O dado, divulgado nesta quarta-feira (01/07/2020) pelo Ministério da Economia, também veio acima do saldo positivo de 4,296 bilhões de dólares de março de 2019.
Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa era de um superávit de 4 bilhões de dólares. As exportações em março somaram 19,239 bilhões de dólares, queda de 4,7% sobre igual período do ano passado, pela média diária. Enquanto as vendas de produtos semimanufaturados subiram 6,1%, as de manufaturados e básicos caíram 14,9% e 0,6%, respectivamente.
Já as importações alcançaram 14,525 bilhões de dólares, retração de 4,5% na mesma base de comparação.
Nesse caso, houve diminuição das compras de combustíveis e lubrificantes (-32,5%) e de bens de consumo (-19,3%), mas aumento em bens intermediários (+3,5%) e bens de capital (+2,8%). No primeiro trimestre do ano, o superávit da balança comercial foi de 6,135 bilhões de dólares, queda de 33,1% ante igual etapa de 2019, pela média diária, com o recuo de 3,7% na ponta das exportações, enquanto as importações subiram 2,6%.
Em nota, o Ministério da Economia avaliou que o comportamento do trimestre foi influenciado por um comércio mundial menos dinâmico, agravado pelo surto do Covid-19, que tem sido combatido mundo afora com medidas severas para redução do contágio.
Apesar do quadro, as exportações brasileiras para a China, sua maior parceira comercial, subiram 4,3% nos três primeiros meses do ano, “principalmente por conta de maiores vendas de carne bovina e suína, minério de ferro, soja e algodão”.
*Por Marcela Ayres, da Agência Reuters.