

Ao final do ato em defesa da Floresta Amazônica, realizado neste domingo (26/08/2019), na praia de Ipanema no Rio de Janeiro, Caetano Veloso emociona cantando a capela ‘Um Índio’. Letra da música representa protesto em defesa dos povos tradicionais e do meio ambiente.
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Sobre o protesto
A ameaça do desmatamento e das intensas queimadas na Amazônia levou artistas, políticos e uma multidão de manifestantes para a orla de Ipanema, no Rio de Janeiro, neste domingo. Nomes como Caetano Veloso, Criolo, Aline Morais, Alessandro Molon, Marcelo Freixo, entre outros, puxaram o ato que caminhou em direção ao Leblon, ao som de clássicos da MPB como “Amor de índio” e “Asa branca” e gritos de ordem contra o governo do presidente Jair Bolsonaro , o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e em defesa da Floresta Amazônica.
Organizado pelo grupo @342 Amazônia, da produtora e empresária Paula Lavigne, o ato começou às 15h. Segundo os organizadores, a caminhada foi apartidária e reuniu diversos segmentos da sociedade preocupados com a agenda ambiental em meio a crise das queimadas na Amazônia.
Manifestantes levam cartazes com mensagens como “Você vai morrer de velho, eu de colapso ambiental”, alguns deles produzidos pelas crianças e famílias presentes na manifestação. Também foram puxadas palavras de ordem como “Fora Salles”, “Todos pela Amazônia” e “Bolsonaro sai, Amazônia fica”. Indígenas presentes também entoaram cantos e frases contra o Governo Bolsonaro.
Ao fim do ato, Caetano Veloso pegou o microfone e cantou seu sucesso “Um índio”, acompanhado pelos manifestantes que ainda acompanhavam o ato. Dezenas de artistas presentes também fizeram homenagens à roterista Fernanda Young, morta neste domingo aos 49 anos.
Confira letra da música ‘Um Índio’
Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
*Compositor: Caetano Emmanuel Viana Teles Veloso
*Letra de ‘Um índio’ © Warner Chappell Music, Inc.
*Com informações do Jornal O Globo.