

Durante culto evangélico realizado nesta quarta-feira (11/07/2019) na Câmara dos Deputados, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que indicará para o Supremo Tribunal Federal (STF) um ministro “terrivelmente evangélico”.
“O Estado é laico, mas nós somos cristãos. Esse espírito deve estar presente em todos os Poderes. Por isso, meu compromisso: poderei indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal; um deles será terrivelmente evangélico”, disse Bolsonaro.
Do culto, o presidente seguiu para o Plenário Ulysses Guimarães, onde estava sendo realizada uma sessão solene em homenagem aos 42 anos da Igreja Universal do Reino de Deus. Novamente, o presidente usou da palavra.
“Sou um presidente de todos. Não tem situação nem oposição. As minhas decisões, que são respaldadas pelos parlamentares, ditam os rumos do nosso Brasil.”.
Messianismo fundamentalista
Observa-se que ao misturar Estado e religião, Jair Bolsonaro prestada relevante desserviço à ambos, porque o conceito constitucional de Estado Laico, violado pelas ideias e atitudes do governante, é o que permite a coexistência pacífica entre as diferentes religiões praticadas no Brasil, com devido afastamento institucional da esfera estatal, do caráter material da vida mundana em sociedade em contraposição as opções metafísicas definidas pelos cidadãos.
Observa-se, também, que desde que passou a assumir um discurso messiânico de caráter fundamentalista, episódios contra determinadas religiões são verificados em diferentes partes do país e revelam agravamento de tensões sociais decorrente de imposição de valores, apoiados pelo pouco ilustrado presidente da República.