

Desde o início de junho, o homem do campo tem sido um dos temas centrais de estudo na Escola Municipal Doutor Demósthenes Álvaro de Brito, do Bairro Mangabeira. A visita de Joaquim Alcides da Silva à unidade de ensino, na última segunda-feira (17/06/2019), marcou o encerramento do projeto “Obrigado ao homem do campo”. Estudantes de todas as turmas do 1º ao 5º ano participaram das atividades.
Joaquim é homem do campo. Atualmente, ele e sua família vivem na sede de Feira de Santana, mas suas raízes estão na zona rural. Além de sanfoneiro do grupo “Os Cancioneiros”, Joaquim é deficiente visual. Sua presença na culminância do projeto, além de apresentar aos jovens uma figura fiel ao tema de seu projeto, foi uma forma de exercitar a inclusão na vida das crianças.
Durante sua apresentação, ele contou como aprendeu a manusear o instrumento – inicialmente com baixa visão. Primeiro, aprendeu as notas, depois algumas músicas e hoje, Joaquim integra o grupo de forró formado por ele e mais quatro irmãos – dentre os quais há também outro deficiente visual. Quando perdeu completamente a visão, relata, foi se adaptando, se concentrando mais no uso das mãos, no tato.
“Buscamos explorar essas diversas possibilidades e trazê-las para dentro da escola. Conhecer o homem do campo e, através disso, a própria música, o instrumento, que é a sanfona. Aliado a isso, abordamos a inclusão, o respeito às diferenças. Percebemos como as crianças ficaram admiradas ao vê-lo tocando, fazendo várias perguntas, o que evidencia também certo distanciamento deles de pessoas com deficiência”, conta a professora Sara Barbosa, que também é vice-diretora da escola.
O objetivo do projeto é apresentar uma releitura da figura do homem do campo, entender sua participação nos festejos juninos, aproveitando o clima do São João, e estudar suas especificidades. Durante as aulas, os estudantes fizeram pesquisas para entender os benefícios proporcionados por essas pessoas aos que moram na zona urbana, estudaram o contexto da música “Asa Branca”, entre outras atividades. A escola também apresentou uma exposição com utensílios utilizados pelos agricultores.