

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou por meio de sua rede social nesta segunda-feira (29/04/2019) que a Câmara não vai aprovar aumento de impostos. Segundo ele, o foco da Casa é a aprovação da reforma da Previdência, para depois pensar no corte de impostos quando a Câmara discutir a reforma tributária.
A declaração de Maia foi uma reação à fala do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, que defendeu a criação de um novo imposto para acabar com a contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamento. O imposto, segundo Cintra, recairia, inclusive, sobre igrejas.
“Não vamos tratar de aumento de impostos na Câmara, não passa. O foco agora é a Previdência para fazer o País crescer, gerar empregos. Depois vamos debater a reforma tributária para cortar impostos, não para aumentar”, disse Maia.
Encontro com Guedes
No início da noite, o presidente da Câmara se encontrou como ministro da Economia, Paulo Guedes, para debater a reforma da Previdência. Participaram do encontro o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), e o relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Segundo Maia, o encontro foi para demonstrar que o Executivo e a Câmara têm interesse na aprovação do texto.
“Vamos mostrar como a Câmara e o governo trabalharão de forma conjunta e harmônica, respeitando a independência dos poderes”, disse Rodrigo Maia.
Paulo Guedes afirmou que tanto o Planalto quanto a Câmara estão construindo um ambiente favorável para aprovação da reforma. “Os presidentes da República e da Câmara estão construindo clima favorável para atacar o principal problema fiscal, que é o problema do desequilíbrio orçamentário que ameaça o sistema previdenciário”, afirmou o ministro.
Guedes relativizou ainda a fala do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, sobre aumento de impostos que gerou polêmica. Guedes disse que Cintra foi mal interpretado e que o objetivo do governo é reduzir e simplificar impostos
Recuo
Após as declarações de Rodrigo Maia, o presidente Jair Bolsonaro negou, em vídeo publicado no Twitter, a criação de novos impostos, “em especial contra as igrejas”. “Essa informação não procede. Em nosso governo, nenhum novo imposto será criado, em especial contra as igrejas que, além de terem um excelente trabalho social prestado a toda comunidade, reclamam eles, em parte com razão no meu entendimento, que há uma bitributação nessa área”, disse.