Governo Bolsonaro consegue promessa de apoio à entrada do Brasil na OCDE, mas Donald Trump cobra por isso; Viagem do presidente aos EUA é avaliada como fiasco

Presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump trocam cumprimentos durante encontro na Casa Branca, em Washington, em 19 de março de 2019.
Presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump trocam cumprimentos durante encontro na Casa Branca, em Washington.

Ao final de uma visita que até o momento não tinha rendido grandes frutos ao Brasil, o aparente bom relacionamento entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump levou a uma declaração formal, nesta terça-feira (19/03/2019) de apoio à entrada brasileira na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e elevação do status do Brasil para parceiro preferencial fora da Otan.

Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, revelou a jornalistas que, para apoiar a demanda brasileira os Estados Unidos exigiam que o Brasil deixasse a lista de países com tratamento especial e diferenciado da Organização Mundial do Comércio (OMC). Perguntado sobre a questão, Trump respondeu que apoia o pleito brasileiro.

“Nós vamos apoiar, nós vamos ter uma grande relação de diferentes maneiras. Isso é apenas uma coisa que vamos fazer em honra do presidente Bolsonaro e do Brasil”, disse Trump, afirmando que haveria demandas, mas que não necessariamente teriam relação com a OMC.

No entanto, em comunicado conjunto divulgado em seguida pela Casa Branca, o governo norte-americano condiciona sim o apoio à OMC e informa que o Brasil teria concordado.

“O presidente Trump apontou seu apoio ao Brasil iniciar os procedimentos para se tornar um membro pleno da OCDE; presidente Bolsonaro concordou que o Brasil irá iniciar os procedimentos para deixar a lista de países com tratamento especial e diferenciado da OMC, de acordo com a proposta dos Estados Unidos”, diz a declaração.

Mais tarde, em entrevista à imprensa brasileira, Bolsonaro confirmou que havia concordo com a condição e disse que essa questão da OMC “é uma questão de tempo”.

A lista de países com tratamento especial e diferenciado inclui outros países que já estão na OCDE, como Turquia e Coreia do Sul, é feita por autodeclaração. Isso dá ao país mais flexibilidade nas negociações da OMC e mais tempo para cumprir acordos.

A OCDE aconselha seus 36 membros, na sua maioria países ricos, e é considerada uma influenciadora-chave na arquitetura econômica mundial. Dentre os emergentes que fazem parte do grupo, estão países como Turquia, México e Chile.

De concreto, o Brasil conseguiu obter a declaração de Trump de que o país será designado aliado preferencial extra-Otan, conforme a Reuters havia antecipado, um status que permite ao país tratamento privilegiado na aquisição de equipamentos de defesa, tecnologia e treinamentos.

* Por Lisandra Paraguassu e Roberta Rampton, da Agência Reuters.

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