Salvador: Espetáculo Retratos Imorais volta a cartaz no Teatro SESI Rio Vermelho

O ator João Guisande durante o espetáculo 'Retratos Imorais'.
O ator João Guisande durante o espetáculo 'Retratos Imorais'.

O solo Retratos Imorais com o premiado ator baiano e minhoto de coração João Guisande volta a cartaz nos dias 8 e 9 de setembro, às 20 horas; e 16 de setembro de 2018, às 19 horas, no Teatro Sesi Rio Vermelho, em Salvador. A montagem é inspirada em dois contos do escritor cearense Ronaldo Correia de Brito – Mãe em Fuligem de Candeeiro e Mãe numa Ilha deserta.

No dia 16 de setembro, o dramaturgo do espetáculo chega a Salvador para lançar o novo romance Dora sem veú, pela editora Alfaguara. O lançamento ocorrerá na Varanda do Teatro Sesi antes da apresentação do espetáculo, a partir das 17 horas. Quem comprar o livro terá acesso gratuito a Retratos Imorais.

Após a apresentação de Retratos Imorais, Ronaldo Correio de Brito e João Guisande farão um bate-papo com o público a respeito deste espetáculo. O escrito cearense já teve seus livros e contos traduzidos para o espanhol, francês, italiano, alemão, inglês, hebraico, romeno, búlgaro, húngaro e finlandês.

Os dois monólogos de Ronaldo Correia de Brito trazem as personagens Edmundo e Marivaldo, que compartilham em cena uma solidão conhecida por muitos, moradores de ilhas desertas e paisagens de aglomerados. Guisande, que há quatro anos circula seus projetos e espetáculos entre Brasil e Portugal, conta que as personagens são totalmente opostas: “dois homens desconhecidos, diferentes, cada um com a sua história”.

Os dois monólogos se unem num só espetáculo pelo fio invisível da poética nos avessos de duas almas, propositadamente abandonadas, no universo do absurdo da solidão humana. “Aos poucos, concluímos que existe algo de absurdo que os aproxima a solidão, a vontade de viver e de inventarem suas vidas”, pontua o intérprete.

Edmundo, personagem da primeira história, aceitou o ‘emprego’ de faroleiro numa ilha depois de uma desilusão amorosa. Revive o drama da afetividade, da masculinidade, do ser ou não aceito. Edmundo tem por obrigação acender um farol que deve guiar navegantes desconhecidos. Põe luz nas trevas, tenta clarear o escuro de si mesmo e dos outros. São retratos de contradições, opostos inexplicados, resíduos de marés, tempestades e anoiteceres.

Marivaldo, personagem da segunda história, é feminino. Tem a alma delicada tocada pelas memórias absurdas da mãe. Procura o seu encontro na pintura de retratos em fuligem de candeeiro. “Ambos são invenções, podem ser pressentidos ou imaginados. Ao elaborar seus retratos lhes roubamos a identidade ou os deixamos sem rostos. Reinventamos suas almas. Partilhamos solidões preenchidas por vazios e imagens reinventadas em intervalos poéticos”, explica Guisande.

Os que assistem espreitam ou, simplesmente, se deixam seduzir pelas imagens reveladas. “Partilhamos solidões preenchidas por vazios e imagens reinventadas em intervalos poéticos. Devaneios. Buracos invisíveis da nossa imaginação. Nesses lugares obscuros estamos sozinhos, pelo avesso, no abandono do abandono”, realça Guisande.

Um território abstrato que se estende no corpo físico do ator, nos seus músculos, na sua pele, no trilhão dos seus poros. O solo propõe um cenário de sombras e luz, vazio, limitado na fronteira do imaginário de cada espectador cujos horizontes são indicados nos gestos do ator/personagem, amplificados pela sensação marítima de uma ilha absolutamente deserta.

Agenda

O quê: espetáculo Retratos Imorais – solo com João Guisande

Quando: 8 e 9 de setembro, às 20 horas; e 16 de setembro, às 19 horas

Onde: Teatro Sesi Rio Vermelho

Endereço: Rua Borges dos Reis, 09 – Rio Vermelho – Salvador

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