Eleições 2018: Saúde pública deve ter a mesma qualidade da saúde privada, diz Mônica Bahia

Mônica Bahia: Avaliando os números, os 12 anos de PT foram ruins para educação, segurança e saúde.
Mônica Bahia: Avaliando os números, os 12 anos de PT foram ruins para educação, segurança e saúde.
Mônica Bahia: Avaliando os números, os 12 anos de PT foram ruins para educação, segurança e saúde.
Mônica Bahia: Avaliando os números, os 12 anos de PT foram ruins para educação, segurança e saúde.

Mônica Bahia (PSDB) é a novidade da eleição de 2018 na disputa pelo Governo da Bahia. Mulher, jovem, e membro do Movimento Brasil Livre (MBL), de perfil reacionário e adepta a movimento antidemocrático de perfil fascista, ela foi às ruas em 2013 protestar contra a corrupção e a favor da derrubada do governo democrático da presidente Dilma Rousseff (PT), ela surge hoje como uma esperança para uma Bahia mais moderna e socialmente mais justa. A candidata a vice-governadora na chapa de José Ronaldo (DEM) é médica, formada pela Escola Baiana de Medicina, desde 2001.

Por muitos anos, trabalhou nas maternidades públicas de Salvador e do interior da Bahia, onde pôde ver de perto as deficiências da saúde pública, como a falta de leitos, materiais, medicações e ambulâncias, além de equipes desfalcadas.

Em 2013, Mônica participou ativamente da mobilização por melhores condições de trabalho na maior maternidade da Bahia, a Maternidade Professor José Maria de Magalhães Neto e obteve êxito nas negociações. Integrou por quatro anos a diretoria do Sindicato dos Médicos e é, atualmente, membro da Ordem dos Médicos do Brasil (OMB), onde luta “contra os programas demagógicos na área da saúde” e contra a corrupção política do País. Durante todo o processo que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Mônica foi líder ativa na Bahia, organizando as manifestações de rua.

Para a jovem candidata, os pilares da sua atuação pública são melhorar a saúde pública e privada, melhorar a segurança pública e fomentar o liberalismo econômico e individual.

Nesta entrevista, a candidata a vice-governadora responde e esclarece algumas questões.

Por que entrou na política?

Entrei para a política partidária porque entendi que a política molda a vida da sociedade. Faço política médica desde que comecei a trabalhar, pois nunca me conformei com o fato de que, por ser um serviço público, a assistência deva ser inadequada. A assistência deve ser a mesma na saúde pública e na saúde privada. Com os escândalos de corrupção, entendi que o espaço político existe e que, se as pessoas de bem não o ocuparem, pessoas sem ética o ocuparão e causarão mais danos à economia do nosso País. Quero dar a minha contribuição com ética e transparência.

O que pode realmente ser feito para melhorar a situação da saúde pública na Bahia, e zerar a fila da Regulação?

Apesar de muita propaganda mostrando novos hospitais e equipamentos, a verdade é que a situação da saúde pública no nosso estado é muito grave. Houve, nos últimos anos, fechamento de mais de 3000 leitos públicos, e o índice de médicos está bem abaixo da média nacional. As cidades do interior estão com muita dificuldade, pois não conseguem ofertar saúde de maior complexidade, e os pacientes não têm acesso a uma assistência adequada.

Para melhorar a situação da saúde pública na Bahia e zerar a fila da Regulação, vamos, em primeiro lugar, fortalecer os municípios para o desenvolvimento da assistência primária de qualidade à saúde do cidadão, e garantir o seu acesso à assistência à saúde na sua comunidade regional. É preciso fazer um estudo na CER (Central Estadual de Regulação) das especialidades que mais demoram para ofertar o serviço, seja consulta, tratamento ou cirurgia. Vamos fortalecer os processos regulatórios através da revisão permanente das normas, atualização tecnológica, capacitação dos profissionais da regulação municipal e ampla divulgação de resultados aos usuários.

Em paralelo, vamos voltar a ofertar os serviços nas Santas Casas e hospitais filantrópicos, com auditoria rigorosa e periódica, além da criação de hospitais regionais nas áreas estratégicas.

Também estou lutando para que seja implantado na Bahia o projeto, já aprovado em São Paulo, que garante isenção integral no pagamento da água pelas clínicas de nefrologia que realizam atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O custo de uma hemodiálise pelo SUS é superior ao que é pago pela tabela, prejudicando as clínicas. Já houve algumas audiências para debater a viabilidade do serviço envolvendo, inclusive, o Ministério Público. A isenção da água ajudará no fluxo de pacientes que ficam algumas vezes aguardando internados a marcação da sessão, mesmo já tendo condição de alta hospitalar.

Por fim, insisto que investir em saneamento básico – a Bahia está bem abaixo da média nacional – é investir em saúde preventiva.

Você é contra ou a favor do aborto? Por quê?

Sou contra a legalização do aborto, mas não concordo com a criminalização da mulher. O que entendo é que há uma carência importante de políticas públicas de distribuição, ação com agentes comunitários e campanhas para implantação e qualificação do acesso aos métodos contraceptivos. O início da vida é um debate infinito na bioética. Mas, no nosso País,  homicídio é tipificado como crime, então não poderia ser legalizado, exceto nos casos que já constam em lei: estupro, risco de morte para a gestante ou patologia incompatível com a vida. O que não podemos é fazer de conta que o problema não existe.

Gostaria de contar o caso de uma paciente que, numa consulta, me pediu ajuda para abortar, pois já tinha alguns filhos e estava com problemas pessoais. Conversei com ela, disse que como médica defendo a vida, e como cidadã eu sigo as leis, mas que eu poderia ajudá-la de outra forma: fazer o pré-natal, ajudar no parto e envolver o serviço social da maternidade para adoção da criança. Ela tomou um susto e disse que jamais daria um filho. Questionei então porque não suportava a ideia de adoção, mas pensava em abortar. Depois de quase uma hora de conversa, dela chorar e desabafar comigo, ela foi embora mais tranquila. No mês seguinte, voltou para iniciar o pré-natal. Teve e ficou com a criança. Hoje, ela me agradece por ter dado a ela outra opção. Acredito que ela seria uma das milhares de mulheres arrependidas e com algum grau de transtorno por causa de uma ação intempestiva.

O que pode ser feito para melhorar as universidades estaduais da Bahia?

Devemos aumentar os investimentos com metas de qualidade, algo semelhante ao que ocorre nas parcerias público-privadas. Respeitar os professores, dando a correção anual ao salário, e estimular sua qualificação com bônus para os profissionais e para a universidade. Estimular os alunos em atividades de classe e extraclasse, além de ampliar a aproximação com o esporte.

O que a Bahia poderia fazer para efetivamente atrair grandes empreendimentos para o estado?

A Bahia tem um território continental com vasta geografia. Devemos estudar as atividades econômicas das regiões de acordo com as peculiaridades climáticas e da população, além de estimular a vinda de novas indústrias. Ofertar cursos em parceria com empresas para ensinar empreendedorismo e qualificar mão de obra. O governo também deve criar condições de infraestrutura, ferrovias e portos, que beneficiem os valores dos produtos, reduzindo as perdas e o tempo de transporte. Os incentivos fiscais devem ser estudados por setores com o máximo empenho para aumentar a oferta de empregos.

Qual a sua avaliação sobre os 12 anos de PT na Bahia?

Avaliando os números, os 12 anos de PT foram ruins para educação, segurança e saúde. Não priorizaram o que é vital para os baianos. Pessoalmente, não consigo entender como tanto dinheiro é gasto em propaganda,  faltando remédio nos hospitais. A Bahia tem o 21º PIB/ per capta nacional, quando poderia estar bem melhor classificada. Na área de segurança, infelizmente, os baianos convivem com o medo de sair nas ruas e até de ficar em suas casas. O recente resultado do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que classifica a Bahia em último lugar no Brasil, é uma prova de que a educação está esquecida. O que esperar do futuro de uma criança que não consegue entender o que acabou de ler? Que não sabe escrever um texto? A vida adulta já começando sem perspectivas. Muito triste.

Gosta de literatura? Qual livro já leu e indica?

Sempre fui estimulada pelos meus avós a ler. Leio desde livros espíritas a livros políticos. Recomendo: “Violetas na Janela”, de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, e “Por que o Brasil é um país atrasado”, de Luiz Philippe de Orléans e Bragança.

Como é fazer uma campanha grávida?

Sou uma mulher com ótima saúde e minha gestação está evoluindo tranquilamente desde o fim do terceiro mês. Tenho feito meus exames corretamente, uso meias de compressão durante viagens e carreatas, estou até conseguindo um tempinho para atividade física duas a três vezes por semana, e sempre levamos frutas nas viagens.

Semana passada comecei a sentir ele mexer, foi uma alegria inenarrável!

Todos são muito cuidadosos comigo, especialmente José Ronaldo, Jutahy e Lázaro.

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