Eleições 2018: Jornalista Ricardo Noblat relata cronologia da desistência de ACM Neto em concorrer ao governo da Bahia

Reportagem de Ricardo Noblat,‘Cronologia do terremoto político que sacode a Bahia’, revela fragilidade da liderança política de ACM Neto e descrença de aliados.
Reportagem de Ricardo Noblat,‘Cronologia do terremoto político que sacode a Bahia’, revela fragilidade da liderança política de ACM Neto e descrença de aliados.
Reportagem de Ricardo Noblat,‘Cronologia do terremoto político que sacode a Bahia’, revela fragilidade da liderança política de ACM Neto e descrença de aliados.
Reportagem de Ricardo Noblat,‘Cronologia do terremoto político que sacode a Bahia’, revela fragilidade da liderança política de ACM Neto e descrença de aliados.

Reportagem de Ricardo Noblat — publicada nesta quarta-feira (11/04/22018), na Revista Veja —revela a cronologia da desistência do prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, em concorrer ao cargo de governador da Bahia, nas eleições de 2018.

Com título ‘Cronologia do terremoto político que sacode a Bahia’, subtítulo ‘Por que ACM Neto desistiu de concorrer ao governo’, o relato de Ricardo Noblat revela que ACM Neto possui perfil de líder frágil, que hora recorre a mamãe e papai para saber o que fazer, ou justificar o que faz.

Ao final da reportagem, Noblat registra:

— Terça-feira, dia 10 de abril – Ouve-se às 22h18m no plenário da Câmara, em Brasília, o desabafo de um deputado baiano: “ACM Neto levará, no mínimo, 20 anos para recuperar a credibilidade perdida. Trincou”.

Confira reportagem ‘Cronologia do terremoto político que sacode a Bahia’

Terça-feira, dia 3 de abril – Por volta das 21h, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, avisa a um amigo: “Está tudo certo. Ele será candidato ao governo”. Referia-se a ACM Neto, prefeito de Salvador e presidente do DEM, que dali a três dias anunciaria sua candidatura a governador da Bahia.

Quarta-feira, dia 4 de abril – No restaurante Piantella, em Brasília, ao saber que ACM Neto marcara uma reunião com seus aliados para confirmar se seria candidato, o senador José Serra (PSDB-SP) comenta com um deputado federal baiano do seu partido: “Ninguém marca reunião para dizer que não será candidato”.

23h54m – “Mainha vai ser candidato mesmo”, comunica eufórico a um amigo, por telefone, um assessor de ACM Neto. “Mainha” é como o prefeito chama sua mãe. O pai é contra sua candidatura ao governo. Acha que seria um risco desnecessário.

Quinta-feira, dia 5 de abril – Reunido com representantes de vários partidos que apoiam sua candidatura, ACM Neto acerta os últimos detalhes da campanha. Ela custará R$ 28 milhões. “Dá para usar caixa dois”, sugere um amigo dele. “Pelo amor de Deus, não me fale disso”, rejeita o prefeito. Mas deixa o anúncio da decisão para o dia seguinte.

16h32m – A mãe de ACM Neto telefona para o presidente de partido aliado do seu filho e aconselha: “Continue pressionando ele. Não lhe dê sossego”.

23h45m – Juthay Magalhães Neto, ex-deputado federal pelo PSDB baiano, liga para o deputado Benito Gama (BA), presidente do PTB, e informa: “Fique calmo, ele será candidato, sim”. Benito, que se reunira antes com ACM Neto, responde: “Não sei, não sei”.

Sexta-feira, dia 6 de abril – Às 2h42m, Juthay volta a ligar para Benito: “Durma tranquilo. Está tudo certo”.

8h – Valdemar Costa Neto, mandachuva do Partido Republicano (PR), ex-mensaleiro do PT, condenado, preso e solto, liga para ACM Neto. E fica sabendo que ele não será candidato. A conversa dura menos de 10 minutos. Em seguida, Costa Neto liga para Rui Costa (PT), governador da Bahia, e confirma o apoio do PR à reeleição dele.

9h – ACM Neto liga para Juthay. “Peço sua compreensão”, adianta. E diz que por razões pessoais não será candidato.

9h15m – ACM Neto liga para Benito. Repete o que acabara de dizer a Juthay.

12h – A notícia de que ACM Neto desistira de ser candidato chega ao último dos 417 municípios baianos. É de incredulidade e revolta a reação dos que acreditaram nele. DEM, PSDB, PTB e PR, que o apoiavam, imaginavam eleger juntos 22 deputados federais. Agora, 12, se tanto.

16h30m – No escritório de campanha de Geraldo Alckmin à presidência da República, em São Paulo, dá-se por perdido cerca de 4 milhões de votos que ele poderia colher na Bahia se ACM fosse candidato ao governo. Equivale à vantagem que Dilma obteve em todo o país para derrotar Aécio Neves (PSDB) em 2014 e se reeleger presidente.

Terça-feira, dia 10 de abril – Ouve-se às 22h18m no plenário da Câmara, em Brasília, o desabafo de um deputado baiano: “ACM Neto levará, no mínimo, 20 anos para recuperar a credibilidade perdida. Trincou”.

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