

Seguindo as tradicionais celebrações em alusão ao 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a Comissão Especial de Promoção da Igualdade, presidida pelo deputado Bira Corôa realizou sessão especial, na manhã de quinta-feira (23/11/2017), na Assembleia Legislativa da Bahia. Com o tema “Protagonismo da Juventude Negra na Luta Contra o Racismo”. O intuito fazer uma reflexão acerca da juventude negra na contemporaneidade, desenvolvendo um diálogo sobre a situação atual desses jovens no país.
“O jovem de hoje é o futuro de amanhã. A juventude, como categoria socialmente construída, proporciona discussões enriquecedoras. Ela representa o conjunto de comportamentos, particularidades e diversidades a ela atribuídos. Estamos vivenciando a perda constante de jovens para a marginalidade, por isso é relevante que realizemos esse tipo de encontro para dialogar e repensar a forma como tem sido conduzido o caminho desses cidadãos”, salientou Bira Corôa.
Durante sua participação na sessão, a jovem Ana Paula Rosário, do Instituio Odara, levantou questões, como o aumento da violência contra a mulher negra e a falta de seriedade das instituições públicas em relação aos programas voltados para os jovens.
“Temos 54% das mulheres negras sofrendo violência, convivendo com homens misóginos, racistas e machistas. Sem falar no alto índice de mortalidade de jovens inocentes, dentro das comunidades. É preciso política pública de politização, porque o que tem sido feito é a política de criminalização. O racismo e a violência não vão calar a juventude negra brasileria”, disse Ana Paula.
Na oportunidade, a secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fabya Reis, destacou o papel do governo quanto em relação a situação de desigualdade e violência contra jovens e mulheres negras na Bahia.
“O racismo existe sim, não temos como tapar o sol com a peneira. Por isso é preciso que a gente leve para dentro do Estado esse tipo de discussão que está sendo feita aqui na sessão, para falar e desenvolver ações que gerem oportunidades para os jovens, e que acabem com essa violência em torno do povo negro, principalmente mulheres”, explicou a Fabya Reis.
“Os problemas da nossa sociedade só serão resolvidos depois que derem a palavra a pessoas pobres como eu. Para consertarmos esse país, é preciso que nos deem oportunidade. Queremos direito a educação de qualidade, a um sistema carcerário digno, à alimentação, e um basta a violência gratuita aos jovens”, destacou Rodrigo Barbosa, representante do Núcleo de Prisão em Flagrante do Programa Corra para o Abraço.
A sessão especial contou ainda com apresentação cultural dos alunos da escola municipal Professor João Fernandes da Cunha.