
Em nota encaminhada nesta sexta-feira (15/09/2017) ao Jornal Grande Bahia (JGB), o deputado Robinson Almeida (PT/BA) criticou a postura do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) pela comiseração expressa em relação ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). Além da crítica, o parlamentar lembrou que ACM Neto e Geddel são sócios no Golpe Parlamentar de 2016 e compartilham, através das impressões digitais do servidor do município, 51 milhões de interesses.
— Ao invés de afirmar que seu aliado Geddel está pagando um preço alto pela maior apreensão de dinheiro da história do Brasil, o prefeito de Salvador, ACM Neto, deveria ficar calado. Quem paga um preço altíssimo pelas estripulias de Geddel é o povo brasileiro. Essa declaração de Neto é um escárnio com a indignação popular diante do escândalo das malas e caixas com R$ 51 milhões de Geddel. — Declara Robinson Almeida.
—A prisão dele é um preço alto, prefeito? Deveria estar solto colaborando com a sua gestão, a qual ele indicou o vice-prefeito? Ao defender Geddel, ACM Neto está afirmando que a sua aliança com o PMDB da Bahia não se desfaz. Ou pode estar mantendo as boas relações com um potencial delator. Neto saiu da posição de omisso, para ser o primeiro defensor dos crimes praticados por Geddel. — Declara Robinson Almeida.
A investigação federal
Na terça-feira (05/09/2017), durante o transcurso da Operação Tesouro Perdido, ao cumprir mandado de busca e apreensão, emitido pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, a Polícia Federal (PF) encontrou caixas e malas com dinheiro em apartamento do edifício residencial José da Silva Azi, localizado na Rua Barão de Loreto, nº 360, Bairro da Graça, Salvador. Foram contabilizados R$ 42.643.500 e US$ 2.688 milhões, totalizando, em reais, R$ 51.030.866,40.
Segundo a PF, o imóvel seria, supostamente, utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, como ‘bunker’ para armazenagem de dinheiro em espécie”.
Proprietário do imóvel, Silvio Silveira, ao ser intimado a depor, revelou que o apartamento foi emprestado ao deputado federal Lúcio Vieira Lima, com a finalidade de armazenar pertences do falecido pai Afrísio Vieira Lima (1929 – 2016).
Nesta sexta-feira (08), ao deflagrar a 4º fase da Operação ‘Cui Bono?’, o Ministério Público Federal (MPF) informou que foram encontradas em sacos plásticos, que acondicionava o dinheiro recolhido, impressões digitais do ex-ministro Geddel Vieira Lima e de Gustavo Ferraz, Superintendente de Defesa Civil de Salvador, filiado ao PMDB e indicado por Geddel para o cargo na administração de ACM Neto (DEM). Ambos, Geddel e Ferraz, foram presos e levados para tutela da Justiça Federal de Brasília.