

Os debates de conjuntura do país dominaram as atividades de encerramento da programação política de homenagem aos 30 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), neste sábado (09/09/2017), no município de Itamaraju, no extremo sul da Bahia. Depois de se divertirem, na sexta (08), ao som do músico Chico César, banda Levante, Gerri Cunha e de Targino Gondim, a militância, convidados e políticos envolvidos no evento ampliaram as discussões entorno do ‘Fora Temer’. O protesto foi principalmente direcionado à paralisação da reforma agrária e contra as reformas propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB), sem a participação da população.
“Não vamos dar sossego para golpistas. Estamos revigorando as energias para cada um voltar para sua região com instruções e ainda mais organizados e combater esse governo ilegítimo e sem voto”, declara o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA). O MST também reivindicou a reforma agrária popular, o direito à livre manifestação, cobrou eleições diretas e fez uma análise sobre os retrocessos dos direitos sociais.
Na mesa de debates, deste sábado, a análise de conjuntura passou pelo dirigente nacional do MST, João Paulo Rodrigues, pelo reitor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), José Bites e pela professora doutora em educação da Ufba, Celi Tafarel. João Paulo fez uma análise de conjuntura a partir da perspectiva da luta de classe, partindo dos aspectos internacionais até a realidade local; e citou a resistência da luta na América Latina como uma referência para o mundo. “O papel do Papa Francisco é dos trabalhadores. Ele tem sido uma das melhores novidades a nível internacional dos últimos anos, talvez da Igreja Católica dos últimos 50 a 60 anos, porque além de trazer um conteúdo progressista sobre as questões ideológicas da igreja, do Vaticano, toda liturgia, o Papa Francisco tem se metido em temas que é da alçada do movimento popular, em debates sobre questões ambientais como transgênico, direitos sociais, terra e trabalho”.
Já Evanildo Costa, também dirigente nacional do movimento, responsável por encerrar a parte política dos debates – tratou de temas centrais para o MST e da luta no campo. “É na reforma agrária popular onde as pessoas terão as condições de produzir com dignidade, terão um meio de comercializar, trabalhar respeitando o meio ambiente, a natureza, recompondo as árvores que o latifúndio tirou e, ao mesmo tempo, produzindo alimento saudável para continuar alimentando a população, esse é o nosso compromisso”, completa.
Participaram dos debates e das atividades do MST representes do governo estadual como a secretária de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fábya Reis; a coordenadora de desenvolvimento agrário, Renata Rossi; o suplente de deputado estadual Mário Jacó (PT); o secretário nacional de movimentos sociais do PT, Ivan Alex; o fundador do Ilê Aiyê, vovô do Ilê; além de petistas de diferentes regiões da Bahia; coletivos de juventude; negros; mulheres e LGBT. Os shows do sábado ficaram por conta de Pereira da Viola, Wilson Aragão, Adelmário Coelho e Flávio José. No domingo (10), ainda teve mística, torneio de futebol e o encerramento oficial das homenagens aos 30 anos de luta do MST.