

Após ter sido acusado por Joesley Batista, da JBS, de liderar “a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil”, o presidente Michel Temer entrou nesta segunda-feira (19/06/2017) com um processo na Justiça contra o executivo. Na ação protocolada pela defesa do peemedebista, o empresário é acusado de calúnia, injúria e difamação.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, os advogados do presidente não estipularam inicialmente um valor indenizatório, mas disseram que, caso vença o processo, Temer pretende doar esse montante a uma instituição de caridade.
Duas ações foram protocoladas em Brasília, uma civil e outra penal. A pena pelo crime de calúnia pode chegar a dois anos de prisão e multa, além de poder aumentar em um terço quando o delito é contra o presidente. No caso de difamação, a punição é de no máximo um ano de prisão e multa; e a de injúria chega a seis meses de detenção.
O processo foi motivado após Joesley, em entrevista à revista Época, voltar a fazer acusações contra o peemedebista, afirmando que ele comanda a maior organização criminosa nacional.
“Temer é o chefe da Orcrim [organização criminosa] da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto.”
Nesta fala, Joesley provavelmente se referia ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aos ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves e aos ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência. Cunha e Alves estão presos.
Na entrevista, o empresário disse ainda que sempre teve “total acesso” a Temer. “Ele por vezes me ligava para conversar, me chamava, e eu ia lá. […] Ele sempre tinha um assunto específico. Sempre que me chamava, eu sabia que ele ia me pedir alguma coisa ou queria alguma informação.”
Segundo Joesley, o presidente o enxergava como um meio de obter recursos, e ele via em Temer a condição de resolver problemas.
“Não pratico retaliações”, diz Temer
Em vídeo divulgado no Twitter nesta segunda-feira, sem citar Joesley, Temer afirmou que seu governo acabou com “práticas ilícitas” que beneficiavam algumas empresas que permitiram “criminosos crescer” com dinheiro público e sugeriu que essa resposta governamental teria causado insatisfação nos atingidos.
“Muita gente não gostou disso. Já está claro o roteiro que criaram para justificar seus crimes. Apontam o dedo para outros, tentando fugir da punição. Aviso aos criminosos que não sairão impunes, pagarão pelo que devem e serão responsabilizados pelos seus ilícitos”, ressaltou Temer.
*Com informação de Deutsche Welle.