

A Operação ‘Patmos’ é decorrente de investigações do Caso Lava Jato e foi deflagrada na quinta-feira (18/05/2017) pela Polícia Federal (PF), através de requerimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). O nome da operação faz referência a ilha grega de Patmos, local onde o Apocalipse — último livro canônico do Novo Testamento — foi revelado ao apóstolo João.
A operação objetivou coletar provas de corrupção e crimes contra a administração pública, entre outros crimes, referentes a investigações que tramitam no STF, decorrentes de acordo de delação premiada de executivos do grupo J&F, empresa proprietária da marca JBS, dentre os executivos delatores estão os irmãos Joesley Batista e Wesley Batista.
Força policial
No transcurso da Operação ‘Patmos’, cerca de 200 policiais federais cumpriram 49 mandados judiciais, sendo 41 de busca e apreensão e 8 de prisão preventiva nos estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão, além do Distrito Federal. As buscas ocorreram na residência de investigados, em endereços funcionais, escritórios de advocacia e órgãos públicos.
Alvos políticos
Entre os principais alvos da operação estão os senadores Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG) e José Perrella de Oliveira Costa (Zezé Perella, PMDB-MG), e o deputado Rodrigo Santos da Rocha Loures (PMDB-PR). Em decorrência de possíveis atos ilícitos, o presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), foi denunciado pela PGR ao STF. O ministro Edson Fachin recebeu a denúncia.
Prisões
Durante a operação ocorreu a prisão preventiva de Andrea Neves, irmã de Aécio Neves; Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio Neves; Mendherson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella; Ângelo Goulart Villela, procurador da República; Willer Tomaz, advogado do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ); Eduardo Cunha, ex-deputado federal (PMDB/RJ), cumpri pena em regime fechado no Complexo Médico-Penal, localizado em Pinhais, Paraná; Lúcio Bolonha Funaro, corretor de valores (doleiro encontra-se preso no complexo da Papuda, em Brasília.) e Roberta Funaro, irmã do operador de Eduardo Cunha.
Relação dos Mandados
Minas Gerais – 17 buscas e 3 prisões preventivas
Paraná – 2 buscas e 1 prisão preventiva
Rio de Janeiro – 3 buscas
São Paulo – 7 buscas e 1 prisão preventiva
Maranhão – 1 prisão preventiva
Distrito Federal – 12 buscas e 2 prisões preventivas
Homologação
Em 11 de maio de 2017, o ministro do STF Edson Fachin homologou os acordos de colaboração premiada de sete executivos do grupo empresarial J&F. Os depoimentos fazem menção a fatos envolvendo autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função perante o STF, e tratam de crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro, caixa 2 eleitoral, entre outros. A decisão está registrada na Petição 7003.
Extensão
A delação dos executivos do Grupo J&F não está circunscrita apenas aos parlamentares afastados. 1.829 políticos de 28 partidos foram listados pelos executivos do grupo como beneficiários do esquema de corrupção.
Baixe
Operação Patmos: Auto Circunstanciado nº 02/2017 realizado pela PF