Senadora Marta Suplicy comenta sobre mudança partidária, corrupção no poder, a questão LGBT, impeachment e gestão de Fernando Haddad

Senadora Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy comenta sobre corrupção, saída do PT e ingresso no PMDB.
Senadora Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy comenta sobre corrupção, saída do PT e ingresso no PMDB.

A edição de julho de 2016 da revista Poder apresenta entrevista com a senadora Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy (PMDB/SP).

Na entrevista, ela responde sobre a mudança partidária, corrupção no poder, a questão LGBT, impeachment, gestão de Fernando Haddad e uso do sobrenome Suplicy.

Confira trechos da entrevista com Marta Suplicy

Poder — Sobre o ingresso no PMDB?

— O PMDB é estruturado e me dá espaço para trabalhar dentro do que acredito.

Poder — Ah, bom. Mas a corrupção… Ela, então, evita citar os caciques do partido e faz um comentário genérico.

— Existem investigações dentro do PMDB, mas é diferente. Lá são pessoas investigadas. No PT é sistêmico, é dinheiro público na veia partidária para a manutenção do poder. Quando percebi isso, saí.

Poder — Sobre a saída do PT?

— Quando saí do PT, os petistas entenderam muito bem, fiquei até impressionada com a compreensão.

Poder — Sobre a questão do impeachment?

— Agora, com a questão do impeachment, senti que embaçou um pouco. Houve uma radicalização de posições”, diz a senadora, que votou a favor do afastamento da ex-colega Dilma Rousseff. “Essa história de golpe é ultrapassada. Não tem nada a ver dizer que ser a favor do impeachment é ser de direita. Não passa por aí e, sim, por perceber que o país precisa sair da paralisação”, defende-se, sem definir sua posição no espectro político. “Se ser de esquerda for defender minorias, igualdade social, posso me considerar assim. Mas são termos ultrapassados.”

Poder — O posicionamento pró-impeachment acabou colocando Marta em um impasse diante dos grupos pelos quais sempre militou, como o feminismo e o LGBT, hoje fortemente engajados no Fora, Temer.

— Não posso falar por eles, mas falo por mim. Eu não mudo nenhum centímetro da minha posição a favor desses grupos. No Senado, ainda sou a pessoa que os escuta e os recebe”, diz. Marta sabe que o movimento gay em peso rechaça um governo em que um dos líderes é Eduardo Cunha, autor de um projeto de lei que criminaliza a “heterofobia” e outro que cria o Dia do Orgulho Hétero. Para quem já foi madrinha de Parada Gay, ficou no mínimo esquisito militar ao lado de uma figura tão conservadora, não? “O movimento LGBT foi muito prejudicado com o Cunha, ele não colocava os projetos nem em pauta. Mas não é só ele, o Congresso é muito conservador. Tem a bancada BBB (bala, bíblia e boi)…”, relativiza. Para Marta, o reacionarismo do deputado evangélico “não é uma posição peemedebista”. “No PMDB, as pessoas têm liberdade de se posicionar. No PT não tem disso, todo mundo vota igual”, compara.

Poder — Sobre a gestão de Fernando Haddad: Ciclovias?

— Algumas são apenas ciclotinta com um monte de buraco.” Gestão da saúde? Atrasada. Política para a população mais pobre? Não fez. Programa para a cracolândia? Mal planejado. “Se ele tivesse sido um bom prefeito teria chances de reeleição, apesar do PT”, opina. “A gestão dele é excludente e beligerante. Sempre coloca dois lados para brigar, é Uber contra táxi, comércio contra residência, carro contra bicicleta. Não consegue dirimir conflitos”, diz, em um discurso que rescende a horário eleitoral.

Poder — Sobre o uso do sobrenome Suplicy?

— Outro dia teve um seguidor que falou que achava absurdo eu ainda assinar como Suplicy. Não é de outro planeta?”, comenta, referindo-se ao sobrenome do ex-marido, que ainda carrega (mas usa cada vez menos, preferindo somente ‘Marta’ ou ‘Marta Senadora’ nas redes sociais). “Respondi: você está se metendo no que não entende. Como uma pessoa que foi casada 37 anos, escreveu nove livros e construiu uma carreira com o nome não pode usá-lo, se o dono do nome concorda?”.

A Revista Poder e o Grupo Glamurama

A revista Poder, editada pelo Grupo Glamurama, está nas bancas de todo o Brasil dede o dia 15 de julho de 2016.

A jornalista e colunista social Joyce Pascowitch comanda o Grupo Glamurama, que publica o site Glamurama, um dos veículos de maior audiência da internet. Alem do site, o Grupo também edita as revistas Joyce Pascowitch e Poder.

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Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 10676 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.