

Em entrevista no Salão Verde, Leonardo Quintão afirmou que assume o cargo com a missão de promover a unidade do PMDB na Casa, com base nas linhas propositivas do partido.
O líder disse que, a partir de agora, as principais decisões da bancada serão precedidas de discussão e até votação interna para que o líder possa expressar a vontade da maioria democraticamente.
Leonardo Quintão evitou fazer críticas diretas ao ex-líder Leonardo Picciani (RJ), porém o deputado Darcísio Perondi (RS), um dos articuladores da mudança na liderança do PMDB, afirmou que havia dificuldades da bancada no relacionamento com o ex-líder. “O líder anterior é jovem e fez sua ligação direta à presidente Dilma Rousseff. Quintão vai aglutinar todas as forças do partido”, disse Perondi.
Articulação
Pela manhã, o próprio Leonardo Quintão (MG) e os deputados do PMDB Darcísio Perondi (RS) e Osmar Terra (RS) protocolaram, na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, o pedido de substituição do antigo líder do partido na Casa, Leonardo Picciani (RJ), que apóia o governo de Dilma Rousseff.
O requerimento teve 35 assinaturas, uma a mais do que o necessário para substituir o líder, uma vez que o partido conta com 66 parlamentares. O anúncio oficial foi feito depois que a Secretaria-Geral fez a conferência das assinaturas.
Picciani
O ex-líder do PMDB, Leonardo Picciani, disse que recebeu com tranquilidade a manifestação de deputados do partido por sua substituição. Ele admitiu que a bancada está rachada e que a maioria dos deputados que pediu a sua destituição é “tênue e não estável”.
Picciani lembrou que no período de 2004 e 2005 havia movimentos no PMDB para troca de líderes por meio de listas. Isso foi interrompido a partir da liderança do ex-deputado Henrique Eduardo Alves. Na avaliação dele, a atual movimentação dos parlamentares do partido mostra que a qualquer momento uma nova lista pode surgir.
O deputado acrescentou que, na indicação de parlamentares para a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment, ele buscou privilegiar deputados sem posição previamente anunciada contra ou a favor do impedimento. “O que seria desrespeitoso seria a indicação de metade favorável e metade contrária ao impeachment como queriam os que assinaram o pedido de destituição”, afirmou.
Grupo próximo a Michel Temer participa ativamente da retirada de Picciani, aliado do governo, da liderança do PMDB na Câmara Federal
O vice-presidente da República, Michel Temer, avalizou a operação que retirou nesta quarta-feira, 9, da liderança do PMDB na Câmara o deputado Leonardo Picciani (RJ), aliado da presidente Dilma Rousseff e contrário ao impeachment dela. O grupo próximo ao vice participou ativamente das articulações para emplacar o deputado Leonardo Quintão (MG) como novo líder da bancada. “Isso é meio óbvio”, comentou um auxiliar de Temer.
Apesar de dizer que não deixará de falar com Dilma, Quintão fez questão de ressaltar que “o interlocutor do PMDB junto ao governo é o vice-presidente Michel Temer”. A digital do vice na queda de Picciani ficou evidente com as assinaturas dos deputados Edinho Araújo (SP), que foi ministro dos Portos indicado por Temer, e Baleia Rossi (SP), que é presidente do diretório do PMDB paulista.