
A Procuradoria Geral do Município ingressou nesta segunda-feira (17/08/2015) com uma petição, junto a Coordenadoria Regional de Polícia, solicitando que seja investigado o suposto arrombamento ao escritório do advogado do Sincol, Ronaldo Mendes.
O advogado registrou queixa em delegacia, sobre a violação do seu escritório, que teria ocorrido no fim de semana. Em seu relato, ele disse suspeitar de que a ação tenha o envolvimento do Município e também das empresas que recentemente venceram licitação para suceder as atuais prestadoras do serviço.
O Sincol, entidade para a qual o advogado atua, representa as empresas que estão encerrando contrato de prestação de serviço de transporte público em Feira de Santana.
Diante do fato, o prefeito José Ronaldo determinou à Procuradoria Geral que registrasse, de forma documentada, junto a Polícia Civil, o interesse do Governo Municipal de que se promova rigorosa investigação com o objetivo de apurar o ocorrido.
“É preciso que as autoridades apurem para que se saiba quem realmente cometeu essa violação ao escritório do advogado, se faz algum sentido a acusação que ele lançou ao Município e às empresas vencedoras da licitação”, avalia o procurador Cleudson Almeida.
Advogado denunciou
Em entrevista concedida na manhã de segunda-feira (17/08) ao jornalista Glauco Wanderley, do jornal Tribuna Feirense, Ronaldo Mendes imputou a responsabilidade pela invasão do escritório a Prefeitura de Feira de Santana, e as empresas vencedoras da licitação do sistema municipal de transporte público, Auto Ônibus São João e Ônibus Rosa Ltda. A licitação ocorreu no dia 14 de agosto.
O bacharel em direito Ronaldo Mendes declarou, em um arroubo de valentia, que: “eu não sou frouxo, não vou recuar”. Ainda, em tom de valentia e destemor, afirmou que a tentativa de possível agressão aumenta a disposição em atuar.
Caso suspeito
As afirmações do bacharel Ronaldo Mendes parecem bastante inverossímeis e surreais. Observa-se que no transcorrer da história política de Feira de Santana o poder público municipal jamais se envolveu em atos de vandalismo.
Outro aspecto bastante inverossímil apresentado pelo bacharel é o fato de imputar as empresas de ônibus, vencedores da licitação, os atos de vandalismo. O que elas ganhariam com isso? O que elas tinham a ganhar era a licitação, e elas venceram o processo, derrotando as empresas que o bacharel representa, as viações 18 de setembro e Princesinha. Não obste dizer que ambas são processadas pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), inclusive com pedido de intervenção, decorrente de indícios de crimes praticados contra o interesse público.
A análise preliminar do caso indica que a atitude de vandalismo no escritório do bacharel é recorrente em casos onde o cliente de um advogado, insatisfeito e frustrado com a atuação do mesmo, reage violentamente. É recorrente, também, casos em que advogados tentam criar fatos para projetar-se junto à sociedade, principalmente quando defende pessoas e empresas que possuem significativa desaprovação popular.
Destaque-se o fato do bacharel ter tentado sair candidato a deputado federal em 2014 com o apoio do prefeito José Ronaldo, e, após saber que não teria apoio do alcaide, desistiu de participar da campanha eleitoral. Persistente no objetivo de conquistar um mandato, uma possível candidatura a vereador em 2016 é tratada, no meio político, como piada. Várias pessoas afirmam que o bacharel Ronaldo Mendes é conhecido por advogar para empresas que são processadas pelo Ministério Público, a exemplo da Sustentare. Empresas que possuem significativa desaprovação junto à população.
Os políticos avaliam que uma pessoa que tem a imagem associada a empresas que prestam um péssimo serviço à população, que deixam a população, nesse momento, sem o essencial transporte público, não possuem respaldo na comuna, e são observados de forma negativa pelos cidadãos trabalhadores.

