

Ex-governador da Bahia e atual Ministro da Defesa, Jaques Wagner, informa, em entrevista, sobre o programa de caças Gripen NG, avalia os comentários sobre uma possível candidatura a prefeito de Salvador, e faz observações sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato, e tentativas de desconstrução da figura política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A entrevista foi concedida com exclusividade ao diretor e editor do Jornal Grande Bahia, Carlos Augusto, durante visita ao município de Andaraí, no sábado (21/06/2015).
Confira a entrevista
Jornal Grande Bahia – Com relação programa de caças Gripen NG. Em qual estágio encontra-se o programa, e qual a perspectiva de entrega da primeira aeronave?
Jaques Wagner – Este é um dos programas estratégicos do Ministério da Defesa. Ele está em curso. Nós assinamos o contrato comercial, e estamos discutindo os últimos aspectos para assinatura do contrato financeiro. O financiamento ocorre através do banco estadual federal sueco, e a última discussão é sobre a taxa de juros.
O primeiro caça Gripen está previsto para chegar em 2020. Não será construído no Brasil. Ele será, integralmente, construído na Suécia. Lembrando que a compra dos caças envolve a transferência de tecnologia da Suécia para o Brasil, em agosto [2015] 250 estudantes brasileiros irão para a Suécia realizar uma especialização. Nesse processo, nós iremos incorporar, paulatinamente, a tecnologia junto ao fabricante de aeronaves Embraer. A Embraer será a principal empresa responsável por fabricar os caças no Brasil.
Com a finalidade de modernizar as Forças Armadas Brasileira, estamos em um processo de desenvolvimento do caça, em conjunto, estamos desenvolvendo o submarino de propulsão nuclear, e entregando veículos blindados Guarani. Os veículos são utilizados para o transporte de tropas terrestres, e são fabricados em Minas Gerais.
JGB – Seu nome foi citado, por veículos de comunicação, como provável candidato a prefeito de Salvador em 2016. Como analisa esses comentários?
Jaques Wagner – Eu agradeço a lembrança de quem comentou com sinceridade. Mas, antecipadamente, eu digo que tenho uma missão no Ministério da Defesa, no governo federal, e não estou colocando meu nome na disputa para prefeito de Salvador.
Completei oito anos como governador do estado, e acredito que a base aliada deve procurar um, ou mais nomes, que possam disputar, bem, a prefeitura da capital. Seguramente, meu nome não estará entre os que irão disputar a prefeitura de Salvador em 2016.
Apesar de toda paixão, e de todo o trabalho que nós desempenhamos, enquanto o governador do estado, na capital baiana, entendo que, agora, minha missão é outra, é ajudar a presidenta Dilma Rousseff nesse segundo mandato.
JGB – Recentemente, ocorreu outra fase da Operação Lava Jato. Como avalia a Operação?
Jaques Wagner – Eu acredito que a Operação Lava Jato deve estar chegando ao final. Ela está chegando ao final, acredito eu. Mas, quem sabe disso é o Ministério Público, a Polícia Federal e o próprio judiciário.
Eu creio que todo mundo que tem culpa no cartório tem que pagar. O país não pode parar para assistir a investigação. Porque nós temos a responsabilidade de trabalhar e fazer a economia crescer. Espero que a Operação seja conclusa. Repetindo, quem tem erro, que pague, e possamos deixar a economia seguindo na normalidade.
JGB – Como avalia os comentários de que existe um ataque, orquestrado, contra a figura do ex-presidente Lula?
Jaques Wagner – Sempre, a oposição vai aproveitar o erro de alguém para tentar desconstruir aqueles que lhes são opositores. O presidente Lula é a maior liderança que nós temos hoje. Inevitavelmente, é a maior liderança política do país. Eu não tenho a menor dúvida de que se puderem, mas não acho que vão conseguir, tentar colocar alguma coisa contra ele, vão colocar. Mas, tenho muita convicção de que não vão obter êxito.