

O empresário Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente da construtora Camargo Corrêa, disse em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que a empresa não pagou propina por meio de doações oficiais de campanha. Ele admitiu que a Camargo Corrêa deu R$ 110 milhões a dois ex-diretores da Petrobras, Paulo Roberto Costa e Renato Duque, mas não relacionou os pagamentos a campanha eleitoral.
O pagamento de propina por meio de doações eleitorais é uma das acusações feitas pelo Ministério Público Federal dentro das investigações da Operação Lava Jato.
“A Camargo não pagava propina via doações eleitorais. Pagava diretamente aos diretores, por meio de empresas de fachada ou consultorias”, afirmou, em resposta ao deputado Ivan Valente (Psol-SP). “Eu não acredito nisso”, disse o deputado.
Antes, ao responder perguntas do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), Avancini já tinha evitado relacionar os pagamentos a eleições. “A propina tinha objetivos eleitorais?”, perguntou o deputado. “Apressar a construção de uma refinaria não eram só negócios”, respondeu o executivo. “Mas o dinheiro era para campanhas eleitorais?”, insistiu o deputado. “Era para partidos políticos, mas ninguém falou que era para campanhas”, acrescentou Avancini.
O empresário afirmou que os partidos eram o PP (por meio de pagamentos a Paulo Roberto Costa) e o PT (por meio dos pagamentos a Renato Duque). Costa já admitiu ter recebido propina em nome do PP. Duque nega as acusações.
*Com informações da Agência Câmara.