

O presidente da empresa Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, disse à CPI da Petrobras que as 17 sondas de perfuração que a empresa está construindo para a Petrobras – de um total de 28 encomendas – envolvem 150 mil empregos diretos, que estão em risco devido à paralisação dos pagamentos desde novembro do ano passado.
“Para recuperar esses estaleiros, vamos ter que obter novos financiamentos”, disse, ao responder pergunta do deputado Afonso Florence (PT-BA).
Criada em 2011, a empresa foi contratada pela Petrobras para construir 28 sondas, num contrato de 23,4 bilhões de dólares. Desse total, 25% seria investido com recursos próprios pelos 12 sócios (como a Petrobras, fundos de pensão e bancos) e 75% seria financiado pelo BNDES – dinheiro que não saiu em função da Operação Lava Jato.
Carneiro relatou a situação de cada um dos cinco estaleiros contratados pela Sete Brasil:
– Rio Grande (RS) – “Está construindo três sondas, mas a Petrobras encomendou a construção de cascos. Ou seja, tem carteira de encomendas independente da Sete. Estão passando por sérias dificuldades, mas isso já acontecia antes mesmo da Lava Jato.”
– BrasFels (RJ) “Não conseguiram ainda entregar o que foi contratado, mas é um estaleiro grande, reconhecido, e vai passar por isso sem maiores dificuldades.”
– Jurong (ES) – “Queriam entregar as sondas com antecipação, mas também não conseguiram.”
– Enseada (BA) – Estaleiro em construção. Interromperam as obras. Pessoal foi demitido.”
– Atlântico Sul (PE) – “Tem carteira de encomendas da Petrobras, não depende da Sete.”
Segundo Carneiro, os estaleiros já investiram 7 bilhões de dólares para ampliar suas instalações depois dos contratos com a Sete Brasil. De acordo com o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, os estaleiros pagaram propina em troca dos contratos.
O presidente da empresa, que assumiu o cargo há um ano, disse que soube disso pelos jornais e que uma auditoria interna não detectou irregularidade nos contratos.
*Com informações da Agência Câmara.