Operação Lava Jato: corrupção na Petrobras destrói postos de trabalho na Bahia

Secretário James Correia, governador Rui Costa e Fernando Barbosa, Presidente Enseada Industria Naval. Empresa foi financiada com recursos do tesouro nacional.
Secretário James Correia, governador Rui Costa e Fernando Barbosa, Presidente Enseada Industria Naval. Empresa foi financiada com recursos do tesouro nacional.
Perspectiva ilustrada do estaleiro Enseada Industria Naval (Estaleiro Enseada do Paraguaçu – EEPSA).
Perspectiva ilustrada do estaleiro Enseada Industria Naval (Estaleiro Enseada do Paraguaçu – EEPSA).
Secretário James Correia, governador Rui Costa e Fernando Barbosa, Presidente Enseada Industria Naval. Empresa foi financiada com recursos do tesouro nacional.
Secretário James Correia, governador Rui Costa e Fernando Barbosa, Presidente Enseada Industria Naval. Empresa foi financiada com recursos do tesouro nacional.

O jornal Estadão publicou, em 15 de fevereiro 2015, reportagem com o título ‘Com R$ 1,5 bi a receber da Sete Brasil, estaleiros cortam produção e demitem”. Redigida por Josette Goulart, a reportagem aborda a crise financeira no setor da indústria naval do petróleo, e as consequentes perdas de postos de trabalhos, atraso nos pagamentos, e queda na arrecadação. A crise tem origem em dois fatores: a mudança do valor internacional do barril de petróleo, de US$ 100 para US$ 50; e o elevado grau de corrupção identificado pela Operação Lava Jato, nos contratos da Petrobras.

Bahia perde

Um dos maiores projetos capitalistas em curso na Bahia, o Enseada Indústria Naval, localizado em Maragogipe, gerido pelo consórcio de empresas Odebrecht, OAS, UTC, e a Kawasaki está sem receber pagamentos da Sete Brasil desde novembro de 2014. A dívida alcança a cifra de R$ 500 milhões. Observa-se que com a inadimplência, do único cliente, o estaleiro fica impossibilitada de obter crédito.

O reflexo da perda de recursos financeiros transforma-se no corte de postos de trabalho. Na sexta-feira (13/02) o estaleiro demitiu 350 trabalhadores. As demissões são decorrentes de atrasos no repasse de pagamentos da Sete Brasil. A Sete Brasil contratou o Enseada Indústria Naval para construção de navios-sonda, com a finalidade de locação para Petrobras.

Todas as empresas envolvidas, a exceção da Kawasaki, são investigadas na Operação Lava Jato. Diretores da OAS e UTC encontram-se custodiados nas celas da Polícia Federal, em Curitiba (Paraná), sob determinação judicial do magistrado Sérgio Moro.

Corrupção destrói

O nível de corrupção identificado nas operações da Petrobras não possuí paralelo na história do mundo. O resultado desta corrupção foi a perda de credibilidade de empresa, perda da capacidade de investimento, aumento dos preços dos combustíveis, e, na base, a perda de postos de trabalho.

Literalmente, a corrupção submente uma das mais importantes empresas do mundo a elevado nível de destruição de capital produtivo. A perda de postos de trabalho no Enseada Indústria Naval é o resultado material da corrupção identificada na Lava Jato.

Marx

Em tempos de descontrole capitalista é oportuno citar a análise de Marx e Engels:

“A burguesia não pode existir sem revolucionar, constantemente, os instrumentos de produção e, desse modo, as relações de produção e, com elas, todas as relações da sociedade. A conservação dos antigos modos de produção de forma inalterada era, pelo contrário, a primeira condição de existência de todas as antigas classes industriais. A revolução constante da produção, os distúrbios ininterruptos de todas as condições sociais, as incertezas e agitações permanentes distinguiram a época burguesa de todas as anteriores. Todas as relações firmes, sólidas, com sua série de preconceitos e opiniões antigas e veneráveis foram varridas, todas as novas tornaram-se antiquadas antes que pudessem ossificar. Tudo o que é sólido desmancha-se no ar, tudo o que é sagrado é profanado, e os homens são por fim compelidos a enfrentar de modo sensato suas condições reais de vida e suas relações com seus semelhantes.” (MARX, ENGELS, 1848, p. 14)

*MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.

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Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 10730 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.

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