

Duas reportagens, publicadas em dois veículos distintos, no Estadão por Beatriz Bulla e no portal iG por Marcel Frota e Wilson Lima, relatam os mais recentes fatos envolvendo a corrupção na Petrobras. O esquema de corrupção ficou conhecido do público no instante em que foram deflagradas, pela Polícia Federal, as primeiras prisões da Operação Lava Jato. Considerado o maior caso de corrupção do planeta, o esquema desviou bilhões de reais da empresa pública.
Até a presente data (04/02/2014), não se tem o número total de envolvidos. Mas, sabe-se que estão envolvidos:
A Petrobras – fonte dos contratos e recursos financeiros, corrompida pelo esquema;
Gestores públicos de carreira – agentes que aturam com a finalidade de superfaturar contratos e receber propinas;
Empresas e empresários – considerados alguns dos maiores capitalistas do país, atuaram como corruptores repassando propina para doleiros e empresas de fachada;
Empresas de fachada e doleiros – recebiam dinheiro (propina) das empresas e empresários que detinham contrato com a Petrobras, e repassavam para os gestores públicos da Petrobras, para partidos e políticos;
Partidos e políticos – partidos políticos de projeção nacional recebiam propina do esquema de corrupção através de doleiros e empresas de fachada.
A soma destas corruptas forças do mal resultaram na maior destruição de capital produtivo do planeta. Além de ser considerado o maior caso de corrupção de todos os tempos da história humana ocidental. A contabilidade de pessoas e recursos financeiros envolvidos no esquema pode levar anos para ser fechada. Mas, as reportagens do ig e Estadão indicam que pelo menos 42 autoridades com direito a foro especial devem ser denunciadas pelo Procurador Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), logo após o carnaval.
Nomes envolvidos
Segundo o portal iG, figuram como deputados citados na Lava Jato: Eduardo Cunha (PMDB-RJ), José Otávio Germano (PP-RS), Luiz Fernando Faria (PP-MG), Nelson Meurer (PP-PR), Simão Sessim (PP-RJ), e Vander Loubet (PT-MS). Também figuram os senadores: Antônio Anastasia (PSDB-MG), Benedito de Lira (PP-AL), Ciro Nogueira (PP-PI), Delcídio Amaral (PT-MS), Fernando Collor (PTB-AL), Gleisi Hoffman (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), e Valdir Raupp (PMDB-RO).
A lista completa dos nomes deve ser anunciada em breve pela PGR, mas, caso se confirme, além dos nomes citados podem figurar ministros de estado e governadores. Também observa-se que os recém-eleitos presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); e o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) são listados na reportagem do portal iG como envolvidos em atos de corrupção. Este fato pode conduzir a uma crise institucional.
O preço do pecado
Os brasileiros começam a sentir no próprio bolso o nível de corrupção em que se envolveu a Petrobras durante os governos do ex-presidente Lula e da atual presidenta Dilma Rousseff. Enquanto na Europa e América do Norte os produtos atrelados ao preço do barril de petróleo têm queda de preço, com a subsequente deflação e aumento da competitividade industrial destes países, o brasileiro passa a pagar R$0,60 a mais por litro de combustível. Este é o indicativo mais visível do saque a nação.
A irresponsável gestão
A receita capitalista para os tempos de bonança é a otimização dos recursos. Mantendo a máquina pública com o máximo de eficiência, para em momentos de crise não sobretaxar o cidadão. Os governos petistas perderam a oportunidade de ajustar o gasto público no período de crescimento econômico. Eles adiaram decisões impopulares, e o resultado é o descontrole econômico atual. A máquina pública paga elevado salários e pensões, cobra elevadas taxa de imposto e tarifas, e presta ineficiente serviço.
O cenário econômico do país é o mais desastroso possível. O governo federal não manteve o gasto público sobre controle. O aumento nas tarifas controladas pelo governo são anunciados como forma de manter o caixa da União recheado de reais, enquanto o bolso do cidadão fica vazio.
A consequência das ações do governo Rousseff é a queda do poder de compra da classe trabalhadora, perda de postos de trabalho, e o aumento dos preços de produtos e serviços. O que provoca o incremento da crise, através do declínio do consumo e do repasse para os preços produtos e serviços do aumento das tarifas de serviços públicos e de combustíveis.
Este descontrole do governo Rousseff ocorre em um momento em que os países hegemônicos do capitalismo ocidental ajustam as econômicas para um período de aumento no consumo interno e retomada do emprego. Neste aspecto, o Brasil está na contraordem dos países desenvolvidos.
Sempre, e ao final, a corrupção dos que deveriam ajudar o povo é a vilã da destruição de postos de trabalho e do aumento da desigualdade social.
Mas, como dito por João Ubaldo Ribeiro ‘Viva o povo brasileiro’.
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