

O decreto que pune quem urinar ou sujar as ruas de Salvador que entrou em vigor na sexta-feira, 28, é considerado “absurdo, autoritário e na prática quer cobrar e arrecadar quando na verdade a Prefeitura de Salvador não oferece um serviço adequado. Onde estão os banheiros públicos e lixeiras nas ruas para evitar multas em Salvador? O prefeito ACM Neto diz que o objetivo não é arrecadar e sim educar. Educar como se Salvador não oferece banheiros públicos em quantidade e qualidade suficientes? As lixeiras em condições de uso são mínimas e isso se levarmos em conta o centro da cidade e os chamados pontos turísticos porque nos bairros, em especial os populares, não tenho medo de errar ao afirmar que são inexistentes”, critica Hilton Coelho.
Para o socialista a Câmara Municipal deveria discutir com urgência uma lei que obrigue a prefeitura a construir banheiros públicos que sejam planejados, inclusive, para portadores de deficiência. “Salvador, uma cidade turística e de serviços, não oferece banheiros públicos em quantidade suficiente. Os taxistas e rodoviários sabem dessa realidade. Será que só a prefeitura não consegue ver a incoerência de se cobrar por algo que não oferece? Evidente que não queremos as ruas virando sanitários a céu aberto. Os sanitários públicos que a prefeitura tem o dever de construir precisam ser de alta resistência, com manutenção diária, limpeza e saneamento constantes, senão, vai haver um ambiente extremamente contaminado. Fico pensando nas pessoas que têm uma necessidade maior de ir ao banheiro, como as grávidas e os idosos. Como é que fazem para circular na cidade sem ter acesso a esse tipo de equipamento?”, questiona.
“Antes de atuar para conseguir brilhar nos meios de comunicação e construir factoides, o prefeito ACM Neto deve pensar mais na população e ter mais responsabilidade social e ambiental. Sem equipamentos adequados e uma campanha educativa a lei nasce para durar pouco e causar constrangimentos e prejuízos às pessoas. Salvador não atende a população no que diz respeito às emergências dos cidadãos quando acometidos da urgência de utilizar os banheiros para aliviar suas necessidades fisiológicas. As pessoas que usam as ruas como sanitários o fazem por necessidade. Acredito no princípio de que a luta faz a lei. Com a pressão popular a colocação de lixeiras nas ruas e construção de sanitários públicos serão realidade. É preciso que se pense na cidade e seus moradores e não buscar ações midiáticas”, finaliza Hilton Coelho.