Protesto; vandalismo e politicagem | Por Alberto Peixoto

Antônio Alberto de Oliveira Peixoto.
Antônio Alberto de Oliveira Peixoto.

Todos sabem que esta onda de protesto está mais para campanha eleitoral com vistas às próximas eleições (2014), do que qualquer tentativa de realizar mudanças no País. A corrupção assola o pais desde 7 de setembro de 1822 quando D. Pedro I tomou por empréstimo, ao Rei da Inglaterra, a fabulosa quantia de £ 2.000.000,00 (dois milhões de libras esterlinas) e pagando como propina ao seu pai, D. João VI, para conceder-lhe a independência do Brasil, perdurando esta prática nefasta até hoje, e nunca ninguém praticou nenhum ato de protesto. Não seria agora com o aumento de R$ 0,20 centavos na passagem de ônibus coletivo que provocaria tantas manifestações.

Com certeza absoluta o Sistema Único de Saúde brasileiro e o Transporte coletivo estão na UTI, a Segurança dos cidadãos está comprometida e a Educação com qualidades ínfimas, merecendo na verdade, todos os protestos possíveis, mas nada disto justifica a baderna daqueles que se infiltram entre os que realmente querem mudar o País. Está evidente que se houver uma mudança de postura dos Gestores do nosso País, não haverá alterações nas atitudes de uma parcela considerável de manifestantes que se aproveitam da situação e buscam a desestabilização do Governo.

Saúde, Educação e Transporte são, realmente, os principais problemas que causam o descontentamento da população, não só as que se mantém nas ruas, como de todos que compõem a Nação. Porém o que preocupa é o oportunismo dos partidos políticos e sindicatos de classes, que se aproveitam destes eventos para realizarem suas campanhas eleitoreiras.

Luta-se por melhor Educação, Saúde e um Sistema de Transporte mais adequado e é isto que mantêm nas ruas os manifestantes de boa fé que, realmente, possuem um ideal plausível, fundamentado em objetivos bastantes sólidos, verdadeiros. Segundo Maria Alicia, uma estudante de 20 anos que defende a ocupação da cidade independente de idade ou profissão. Para a jovem, a causa não é simplesmente o aumento da tarifa: “Lutamos por mais educação, saúde. Não estamos sós atrás da diminuição da tarifa.”

A realização da Copa das Confederações e Copa do Mundo, não vem a ser o problema maior. Países economicamente inferiores ao nosso como a Argentina e África do Sul, já realizaram estes eventos – inclusive a Espanha está pleiteando a realização da próxima Copa que seria, segundo eles, a redenção da economia espanhola com a entrada de divisas e difusão do turismo naquele país – mas, na realidade, o desvio de verbas, o descaso e a impunidade é que são os fatores mais preocupantes e causa indignação a população.

Mesmo sabendo-se que o relacionamento entre o poder público e os cidadãos brasileiros há muito tempo é de descaso, desrespeito e em certos casos, de abuso – podemos citar péssimas escolas, saúde, estradas, transportes, segurança ou insegurança, impunidade etc – é a cara de pau de pessoas subservientes a políticos partidários, que se infiltram nas ações dos que protestam pacificamente, usam as imagens das manifestações em seus programas políticos em horários gratuitos nas diversas redes de TV`s, como se fosse mérito deles e com o propósito único de incentivar a baderna. São estes mesmos, com o apoio dos seus “Chefes”, que envergonham o Brasil em outra baderna bem mais irascível, que dura mais de 500 anos e que os cidadãos brasileiros lutam pelo seu fim.

Banner da Prefeitura de Santo Estêvão: Campanha do São João 2024.
Banner da Campanha ‘Bahia Contra a Dengue’ com o tema ‘Dengue mata, proteja sua família’.
Sobre Alberto Peixoto 478 artigos
Antonio Alberto de Oliveira Peixoto, nasceu em Feira de Santana, em 3 de setembro de 1950, é Bacharel em Administração de Empresas pela UNIFACS, e funcionário público lotado na Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, atua como articulista do Jornal Grande Bahia, escrevendo semanalmente, é escritor e tem entre as obras publicadas os livros de contos: 'Estórias que Deus Dúvida', 'O Enterro da Sogra, 'Único Espermatozóide', 'Dasdores a Difícil Vida Fácil', participou da coletânea 'Bahia de Todos em Contos', Vol. III, através da editora Òmnira. Também atua como incentivador da cultura nordestina, sendo conselheiro da Fundação Òmnira de Assistência Cultural e Comunitária, realizando atividades em favor de comunidades carentes de Salvador, Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus. É Membro da Academia de Letras do Recôncavo (ALER), ocupando a cadeira de número 26. E-mail para contato: reyapeixoto@yahoo.com.br.

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