Uso incorreto de celular pode causar zumbido no ouvido. Distúrbio afeta cerca de 30 milhões de brasileiros e, quando tratado, tem cura em 80% dos casos

Os números expressivos da venda de celulares no país mostram que o aparelho há muito tempo já faz parte da vida e hábito do brasileiro. Mas o que uma parcela da população não sabe é que a utilização incorreta ou prolongada do celular pode levar a um importante transtorno auditivo conhecido como zumbido.

Dados recentes divulgados pela consultoria IDC revelam que, no primeiro semestre deste ano, foram comercializados 27,3 milhões de aparelhos celulares no Brasil. A expectativa é que até dezembro sejam vendidas 62 milhões de unidades. Por outro lado, uma pesquisa da Universidade de Viena, publicada no periódico britânico Occupational and Environmental Medicine, demonstrou que a utilização de celular em longo prazo pode levar ao zumbido. Os estudos apontaram que o uso incorreto do aparelho, e por um tempo superior a quatro anos, está associado a uma possibilidade maior de surgimento do zumbido no ouvido exposto ao celular.

Segundo a médica e vice-presidente da Sociedade de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Bahia, Clarice Saba, o zumbido é um distúrbio das funções auditivas, que consiste na percepção de sons que não são gerados por uma fonte sonora física. O sintoma pode aparecer, por exemplo, após a exposição a um aparelho sonoro com volume muito alto ou por longo tempo, como celulares, mp3 ou iPods. “Com o trauma acústico, causado pela exposição ao ruído, aumentariam os impulsos elétricos que a via auditiva envia ao córtex cerebral, gerando os sons, que normalmente se assemelham a chiado, apito ou cigarra. Assim, a pessoa passa a ouvir o zumbido mesmo se estiver em um ambiente silencioso”, explica Clarice Saba.

Segundo informações da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, estima-se que 30 milhões de brasileiros, aproximadamente 17% da população, sofra com o problema. Em cerca de 80% dos casos é possível alcançar a cura, e em ocorrências mais graves o sintoma pode ser amenizado. Mas a otorrinolaringologista, Clarice Saba, alerta que a maior dificuldade enfrentada pelos especialistas é a desinformação da população. “Muitos portadores do distúrbio não procuram auxílio médico por acreditarem que o zumbido não tem cura. O problema pode prejudicar seriamente a qualidade de vida do paciente, levando-o a alteração do humor, irritabilidade, depressão, isolamento social, e em casos mais graves, até ao suicídio”, ressalta a médica.

Como proteger a audição 

– Cuidado com os fones de ouvido.

– É recomendado que não se ultrapasse a metade da potencia máxima de cada aparelho, inclusive do aparelho celular. E, de preferência, nunca mais que duas horas.

– Lembrar que um nível seguro para as orelhas é ao redor de 60 dB (decibéis). Isto significa que o som do aparelho não pode ser ouvido pela pessoa que está ao seu lado.

– O tempo de exposição é igualmente importante: quanto maior a intensidade do som, menor deve ser o tempo de exposição a ele.

– Procure revezar as orelhas falando ao celular.

– Caso perceba alteração na audição ou presença de zumbido por mais de 12h, procure um médico otorrinolaringologista.

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