

De braços cruzados. Assim vão permanecer os trabalhadores da Bridgestone – empresa multinacional fabricante de pneus, localizada no Pólo Industrial de Camaçari – até que os patrões levem o processo negocial à sério. Por causa da intransigência da empresa, que tenta de todas as formas enfraquecer o Sindiborracha (entidade que representa a categoria), os operários paralisaram as atividades no último dia 30 de junho, por tempo indeterminado, e prometem só voltar quando as reivindicações forem atendidas e um acordo digno seja fechado.
A categoria reivindica 8% de reajuste salarial mais a inflação do período, adicional noturno de 40%, adicional de turno de 20%, cesta básica, prêmio de férias e desvinculação da PLR do acordo coletivo, entre outras questões. No entanto, a diretoria da fábrica ofereceu reajuste de 5%, sem ganho real e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) rebaixada. Em outros estados os acordos coletivos foram fechados em 7%, com PLR média de R$ 9 mil. Outras categorias com data base também no primeiro semestre tiveram ganho real acima de 1,5%.
Além de endurecer na mesa de negociação, a empresa tem usado da violência para tentar minguar o movimento e forçar os empregados a trabalharem. Para dobrar os patrões, que só se preocupam em encher os bolsos, os trabalhadores têm de se manter unidos e continuar firmes na greve. É preciso garantir novas conquistas e não permitir que a empresa retire direitos adquiridos. Isso é inaceitável para os operários, verdadeiros responsáveis pela bilionária lucratividade da empresa.
O setor automobilístico vai muito bem, graças às políticas do governo federal para o desenvolvimento do país, a exemplo da redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados), que contribuiu para o aumento da venda de automóveis.
A categoria não luta apenas por salário digno. Mas, também pelo fim da exploração e do assédio moral no ambiente de trabalho. São profissionais sérios, mães e pais de família que merecem o respeito da Bridgestone e o apoio da sociedade baiana.
Assembleia
Está marcada para segunda-feira (23/07/2012) nova assembleia geral para avaliar o movimento e decidir os rumos da greve, que completa 21 dias nesta sexta-feira (20/07). O encontro está marcado para as 7h, na frente da fábrica, no Pólo de Camaçari.