
A Torrebras, empresa do grupo espanhol Windar, irá instalar na Bahia uma fábrica de torres para a produção de energia eólica. O projeto de investimento foi apresentado sexta ao governador Jaques Wagner, ao secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, e ao secretário executivo da Câmara Transversal de Energia da Bahia, Rafael Valverde, durante encontro na Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.
Serão investidos R$ 25 milhões na construção da unidade, que ficará num terreno de 120 mil metros quadrados, em Camaçari, e terá capacidade para produzir 220 torres/ano. O empreendimento está na fase de terraplenagem e, no dia 15 (06/2012), as obras começam.
Em outubro, a fábrica será inaugurada, devendo produzir as primeiras torres em dezembro. A previsão é de que sejam gerados 500 empregos na fase de construção e 300 após o início da operação.
Ampliação
De acordo com o diretor da Torrebras, Álvaro Carrascosa, já está prevista uma ampliação para o primeiro semestre de 2013, que deve dobrar a capacidade de produção. “Este é o primeiro projeto da empresa no Brasil. Vamos atender ao mercado brasileiro, em especial o Nordeste, e, na segunda etapa, com a capacidade dobrada, o mercado internacional”. A Windar também possui unidades de produção na Espanha e na Índia.
O Governo do Estado apoia o empreendimento, com a cessão do terreno, por meio da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic), auxílio na aprovação do projeto e concessão de licenças necessárias à implantação. “Viemos aqui, hoje (sexta), apresentar o projeto e agradecer o apoio do governo da Bahia, que tem sido muito importante nesta fase. Recebemos o terreno legalizado e a implantação do projeto está aprovada”, explicou Carrascosa.
Com um grande potencial eólico, a Bahia tem hoje 57 projetos aprovados nessa área. Segundo Rafael Valverde, os primeiros 18 ficarão prontos para operação em julho deste ano. Ao todo, são 1.600 megawats, o que equivale a quase 15% dos projetos que a Bahia tem instalados para geração de energia. O estado ainda tem dez vezes isso como potencial.
Estado se destaca na atração de indústrias de equipamentos
A Bahia tem potencial eólico e se consolida como principal polo nacional na fabricação de equipamentos usados na geração de energia a partir da força do vento, que necessita de três estruturas – torres de sustentação, naceles (geradores que ficam em cima das torres) e pás (são ligadas à nacele e movem os geradores com a força dos ventos).
O estado tem duas fábricas de naceles – a Gamesa e a Alston. Além dessas, a GE tem protocolo de intenções assinado para instalação de uma unidade e está na fase de entrega de documentos destinados ao requerimento de área junto à Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic).
A instalação da Torrebras e a chegada de um fabricante de pás, prevista para ser anunciada ainda este mês, fecham a cadeia produtiva e abrem espaço para outros empreendimentos na área.
O secretário James Correia disse que o Estado agora vai buscar ampliar a cadeia produtiva, com empresas de componentes eletrônicos, quadros, transformadores e laminadoras de aço.