
Penso que as grandes bancas de advocacia são as maiores responsáveis por essa crise ética e econômica que atravessa nossa profissão. Banalizaram e prostituíram o mercado sob o argumento de que “ganhariam no volume”, praticando preço vil bem abaixo da tabela recomendada por procedimento. FOI UM TIRO NO PÉ! As grandes empresas demandadas – telefônicas, concessionárias de energia, planos de saúde, etc. – orientadas por firmas internacionais de advogados, passaram a fazer lobby por matéria e não mais por processo, resultando assim em jurisprudências e súmulas favoráveis a elas.
Feito isso, afastado o perigo de uma eventual condenação em massa passaram a contratar escritórios menores por preços mais reduzidos ainda, o que acabou por contaminar todo mercado, vilipendiando os honorários de toda a classe. Hoje o cliente passou a ditar o preço do serviço a ser prestado pelo advogado!
RESULTADO: os grandes escritórios e suas estruturas espetaculares se tornaram ociosos e estão demitindo em massa seus “associados”, geralmente profissionais em começo de carreira contratados sem carteira de trabalho assinada, deixando para trás um rastro de direitos trabalhistas violados. O fato é que as grandes firmas brasileiras e notadamente aquelas que foram levadas a “inflar” sua estrutura sem lastro, não estavam preparadas para tratar com as multinacionais. E o que se fez emergir é uma advocacia sem qualquer preocupação com a ética e respeito para com os colegas.
UM DEUS NOS ACUDA!
*Eduardo Brandão é Advogado.