
Durante a audiência pública para avaliação das metas fiscais do governo, realizada nesta quarta-feira (14/03/2012), no Plenarinho da Assembleia Legislativa da Bahia, o líder da oposição na Casa, deputado Paulo Azi (DEM), não fez rodeios ao questionar o secretário da Fazenda, Carlos Martins, sobre a redução da aplicação dos recursos em serviços prioritários como educação, segurança pública e saúde. Apresentando números oficiais, Azi mostrou que em 2011, o governo investiu o menor percentual em segurança pública – 1,68% -, desde 2003. “Foi uma redução avassaladora”, frisou o democrata, informando que o quadro se agrava no setor da educação, que a partir de 2006 começou a registrar flagrante redução de recursos aplicados na manutenção de seu desenvolvimento. Em 2011, o governo investiu o menor percentual dos últimos 11 anos em educação”, denunciou Azi observando que em 2006 o investimento foi de 28,96%, baixando para 25,89% em 2011.
“ O governo da Bahia deixou de aplicar R$ 160 milhões na educação”, disse, criticando a inversão de prioridades, ilustrando os gastos com prestação de serviços terceirizados (PSTs), procedimento antes criticado pelo PT e agora ampliado na gestão Wagner em mais de 250%. “Esse governo gasta e gasta mal”, reforçou Paulo Azi, chamando a atenção para a prática adotada pelo governo, considerada por ele “pouco recomendável”, de utilizar recursos vinculados, destinados a aplicações específicas, para cobrir o rombo de caixa. “Esse procedimento fere frontalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal, podendo incorrer em penalidades”, advertiu o deputado, classificando o modelo administrativo e fiscal do atual governo de perverso. “A lógica do governo é: vamos gastar, fazer a farra e depois vamos ao banco”, ironizou Azi, lembrando que nos últimos 4 anos o governo tomou cerca de R$ 4 bilhões em empréstimos, alegando capacidade de endividamento. “ Isso não traduz em capacidade de pagamento”, alertou o deputado, concluindo que o secretário Martins também não explicou o buraco de R$ 2 bilhões no caixa do governo, denunciado pela oposição em sessão plenária.