Em entrevista ao Portal e a Rádio PT, o deputado federal Emiliano José (PT/BA) analisou criticamente a atuação da mídia brasileira e voltou a defender a regulamentação da comunicação no país. Segundo o parlamentar, a legislação que trata do tema está defasada. “Ninguém está falando em controle de conteúdo. Porque quando falamos de marco regulatório, a direita, ou a mídia brasileira de direita diz logo que nós estamos tentando censurar. Não há nenhuma pretensão de censura porque nós temos o capital político – tendo lutado contra a ditadura – de luta contra qualquer tipo de censura”, explica Emiliano José.
Na opinião do deputado sobre a atuação da grande imprensa brasileira, os veículos não são imparciais e defendem interesses próprios. “A velha mídia brasileira é um grande partido. A velha mídia é um grande partido conservador, com posições de direita, com posições profundamente reacionárias, que não apoia nenhum governo de matriz progressista ou transformador”, afirmou o deputado, que defende o fortalecimento do sistema público de comunicação e a democratização da comunicação no Brasil.
Durante a entrevista, Emiliano José também criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal, que derrubou a Lei de Imprensa e a obrigatoriedade do diploma de jornalista para os profissionais da área.
Marco Regulatório da Comunicação
Para Emiliano, a instituição de um marco regulatório no Brasil significa ampliação da liberdade de expressão e não o contrário. “É possibilitar que outras vozes, silenciadas neste momento de monopólios privados, silenciadas pelo núcleo central de famílias que controlam a mídia brasileira, que essas vozes silenciadas tenham a chance de se expressar”, defendeu.
A velha mídia – como são chamados os veículos tradicionais – televisão, rádio e jornais impressos vai continuar a interpretar a sociedade e os principais fatos que nela acontecem. “Elas vão continuar a interpretar, ninguém está querendo excluí-las não. Nós estamos querendo mais gente na mídia brasileira, muito mais vozes diferentes das atuais, para que efetivamente haja democracia no mundo das comunicações”.
De acordo com o parlamentar, “acabou a época de só um lado falar, hoje há respostas com a internet, há respostas efetivas da população”. E acrescentou: “nós precisamos ampliar isto, garantir que a população tenha o direito de ser comunicada […] que a sociedade brasileira também tenha o direito de comunicar”.