

A Ásia e América Latina são as duas regiões com maior número de registros de medicamentos falsos. O Brasil é o segundo colocado no ranking dos países da América Latina perdendo apenas para o Peru. A farmacêutica Eliane Lazzaroni, durante a sua mesa redonda no último sábado, dia 26, no VIII Congresso Brasileiro de Farmácia Hospitalar, no Bahia Othon Palace, trouxe esses e outros dados, além de formas de combate à falsificação e contrabando de medicamentos.
O Brasil está hoje em oitavo lugar no ranking mundial dos países que mais comercializam medicamentos, totalizando US$ 10 bilhões por ano. Falando em ilícitos, de 10 a 15% dos remédios vendidos no mundo são falsificados e, nos países em desenvolvimento, os principais ilícitos comercializados são analgésicos, anti-hipertensivos e antibióticos. “Assusta por ser um medicamento mais simples sendo falsificado e consumido, mas isso se deve à dificuldade de acesso das comunidades menos abastadas”, explicou Eliane Lazzaroni.
Dados alarmantes
A especialista trouxe dados alarmantes como o fato de 1/5 da população brasileira já ter comprado remédios tarjados sem consultar o médico e que 6% desse mesmo grupo confessaram já ter adquirido medicamentos em camelô. Elaine Lazzaroni também falou das estratégicas de prevenção, como a publicação de normas de controle nas etapas de fabricação/distribuição/transporte para garantia da origem segura do medicamento, incluindo a Internet onde a falsificação corresponde a cerca de 50% dos medicamentos comercializados na rede, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Garantias de proteção contra a falsificação de medicamentos
A publicação de normas para as embalagens a fim de garantir a identificação do produto (tinta reativa e o lacre de segurança e, mais recentemente, mas ainda não iniciado, o selo holográfico e o código datamatrix com o Identificador Único de Medicamento (IUM) para cada produto) também são garantias de proteção contra a falsificação, assim como ações internacionais como a adoção de conceitos e planos de combate propostos pela OMS (Organização Mundial de Saúde), resoluções para o Mercosul e a participação em fóruns para harmonização da regulamentação farmacêutica da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Além, obviamente, das ações coordenadas de polícias e vigilância sanitária para apreensões de produtos e prisões dos envolvidos.
O profissional de saúde, mais especificamente o farmacêutico, também pode fazer a sua parte no combate à falsificação. “Com seu conhecimento técnico, o profissional pode atuar na qualificação de fornecedores e dos produtos oferecidos na etapa logística de aquisição de medicamentos nos estabelecimentos de saúde, vigiando o mercado farmacêutico e exigindo que fornecedores atestem, documentalmente, não só a sua regularidade sanitária como também dos produtos que oferecem”, concluiu a especialista.
O VIII Congresso Brasileiro de Farmácia Hospitalar aconteceu entre os dias 24 e 26 de novembro, no Bahia Othon Palace, e recebeu conferencistas do mundo todo.