
Para embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo, país árabe tem chance de “dar sua visão dos fatos” aos relatores da ONU; violência política matou 2,9 mil pessoas desde março.
O Brasil pediu ao governo sírio que coopere com uma Comissão de Inquérito que deve apurar alegações sobre violações de direitos humanos no país.
Segundo a embaixadora do Brasil, Maria Nazareth Farani Azevêdo, o governo tem mantido várias conversações com representantes sírios para que a nação árabe coopere com o relatório. O documento deve ser apresentado ao Conselho de Direitos Humanos até o fim de novembro.
Equilíbrio
Nesta entrevista à Rádio ONU, de Genebra, a embaixadora Maria Nazareth falou sobre a atuação diplomática do Brasil.
“Nós não queremos impor nada ao governo sírio, mas nós queremos que a Síria diga que o governo da Síria tem a oportunidade de dar a sua versão dos fatos. Se eles não recebem a comissão, se não dialogam com os portadores de mandato do Conselho (de Direitos Humanos). Estes vão reportar apenas em cima daquelas pessoas com quem eles conversaram então o relatório pode não ter o equilíbrio desejado”.
A Comissão de Inquérito foi formada a pedido do Conselho de Direitos Humanos e é presidida pelo ex-professor brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. O grupo conta ainda com duas relatoras.
Primavera Árabe
Durante a sessão que decidiu pela criação da comissão, o governo sírio disse que a medida era uma “solução 100% política”.
De acordo com as Nações Unidas, cerca de 2,9 mil pessoas morreram nos protestos contra o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.
As manifestações começaram em março deste ano como parte do movimento de revoltas populares no Oriente Médio e no norte da África, batizado de “Primavera Árabe”.
*Com informações: Rádio Onu