Alunos do curso técnico de administração de Eunápolis apresentam trabalhos na Semana de Nacional de Ciência Tecnologia em Salvador

Jornal Grande Bahia, compromisso em informar.
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Quem já imaginou a geração de energia com pilhas feitas à base de tomate, limão e batata? Esse trabalho social desenvolvido por alunos do curso técnico em administração do Centro Territorial de Educação Profissional do Extremo Sul 2 (Eunápolis) pode ser conferido durante exposição na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que acontece no estacionamento E do Shopping Iguatemi, em Salvador, até domingo (23/10/2011), com o tema Desafios do Planeta, Mudanças Climáticas, Desastres Naturais e Prevenção de Riscos.

“Se encaixarmos uma placa de zinco e uma de cobre em cada lado do tomate, ligando-as por um circuito de fios, e colocarmos vinagre na perfuração, ocorre a liberação de energia de 1.25 volts do tomate. O mesmo acontece com a batata e o limão. Mas, em vez de vinagre, utilizamos sal para que a energia seja liberada”, explicou a estudante Karolainy Rodrigues, 16 anos.

No estande do Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Tancredo Neves, que fica em Senhor do Bonfim, é possível verificar o poder curativo do melão-de-são-caetano, planta nativa do semiárido. A aluna do curso técnico em enfermagem, Vanuza Almeida, 33 anos, por meio de pesquisas, produziu sabão da planta para conter a incidência de dermatite na comunidade. “Verificamos que 90% das pessoas que utilizaram o sabão ficaram curadas da doença”.

Vanuza desenvolveu ainda pomadas para assaduras e gel para entorses, além de outros produtos derivados do melão-de-são-caetano. “É um produto natural, eficaz, e a própria comunidade pode produzir. É uma maneira saudável e econômica de estar em dia com a saúde”.

Casa ecológica

Os alunos do curso técnico em edificações do Centro Territorial de Educação Profissional do Semiárido do Nordeste 2, de Ribeira do Pombal, mostram como construíram a casa ecológica de nove metros quadrados, no próprio centro, utilizando materiais reaproveitáveis, como garrafas pets, cordas e madeiras.

“Mobilizamos a comunidade e arrecadamos cerca de quatro mil garrafas pets para substituir os tijolos. Eu e mais nove colegas construímos a casa toda em um mês”, disse Thainá Rosa, 16 anos. Ela declarou que esta é uma ação que conserva o meio ambiente, “uma vez que são reutilizados materiais que geralmente são descartados de forma incorreta, poluindo o meio ambiente”.

Sustentabilidade

A obtenção de biogás mediante uso de material orgânico é também uma das tecnologias sociais apresentadas no estande do Colégio Estadual Pio XII, no município de Jaguaquara. Aluno do curso técnico em agroindústria, Mailson Santos contou que o município é grande produtor de hortifrutigranjeiros, e a produção que não serve para ser comercializada é descartada de forma inadequada.

“Observando a situação, decidimos construir um biodigestor, que é ativado por meio de esterco bovino, água e vegetais, gerando o biogás que pode ser utilizado por produtores rurais no preparo de alimentos. Em vez de as pessoas cortarem árvores para conseguir lenha, utilizam o esterco de seus animais e os vegetais de sua propriedade”. O material, que fica no biodigestor, é retirado para servir como adubo orgânico.

Já os alunos de agroindústria, do mesmo colégio, apresentam um secador econômico, desenvolvido com papelão, folhas de jornais, plástico e outros materiais reaproveitados. O sistema serve para desidratar o tomate, transformando-o em tomate seco. “Em conserva, o tomate pode ser utilizado em pizza. Em pó, pode ser usado em caldos e sopas”, informou Josenira Marques, 18 anos.

Ela disse que o secador passa a ser uma fonte alternativa de renda da comunidade, porque pode reaproveitar tomates machucados com pouco valor comercial.

Estímulo à pesquisa

Com essa ação, os estudantes podem aprender conteúdos e trocar experiências, o que contribui para sua formação, na medida em que compreendem e vivenciam particularidades da futura profissão.

Estimular a pesquisa científica é uma das bases da educação profissional na Bahia, porque ela contribui para que os estudantes compreendam os fundamentos científicos e tecnológicos do sistema produtivo onde atuam e também o contexto socioeconômico e ambiental dos territórios de identidade onde vivem.

Em centros de educação profissional de Salvador e do interior, muitas outras atividades estão sendo desenvolvidas para marcar a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

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Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 10723 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.

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