
Membros do Comitê Baiano pela Verdade (CBV) estiveram reunidos em Salvador para definir qual a posição que o CBV defenderá sobre o andamento do projeto de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade. A reunião aconteceu no auditório da Ação Social Arquidiocesana, no Garcia, na quinta-feira (28). A maioria presente decidiu pela aprovação do projeto do jeito que está e concentrar esforços na montagem da Comissão.
Compuseram a mesa o deputado federal Emiliano José (PT-BA); Joviniano Neto (presidente do grupo Tortura Nunca Mais); José Carlos Zanetti (da Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE); Ivan Braga (Centro de Estudos Victor Meyer); Luis Vinícius Airão (OAB-BA); Gilney Viana (secretário especial de Direitos Humanos); e Waldemar Oliveira (presidente do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente).
Emiliano ressaltou a importância de implantar a Comissão Nacional da Verdade, mas disse que ainda é preciso tomar pulso no Congresso nacional. “Se é verdade que o congresso apoia causas importantes, é verdade também que, quando entra em temas mais definidores de rumo, existe uma maioria de parlamentares conservadora de verdade. Temos um congresso que apoia, por exemplo, o Código Florestal, em minha opinião, um equívoco. A Casa é o que é. Infelizmente, muitos projetos não passam”.
O deputado acredita que, se a Comissão for implantado do jeito que está, haverá consequências sérias. “Do ponto de vista da conjuntura parlamentar, a Comissão não será aprovada. Os outros partidos, que são contra o projeto, também têm força. Sozinhos não temos como conseguir, e não podemos perder a chance histórica de ter a Comissão Nacional da Verdade”.
Ele disse que já andou conversando e consultando outras pessoas. “Fizemos uma reunião em São Paulo que reuniu um time de pensadores e militantes importantes na política, como o ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. Todos têm a visão de que é difícil aprovar o projeto. A ministra Maria do Rosário tem conversado bastante e tem a mesma opinião”.
Livro – Na mesma oportunidade, houve o lançamento do livro “Poemas (Quebrados) do Cárcere”, de Gilney Viana, membro da Secretaria de Direitos Humanos, ex-preso político e estimulador, de primeira hora, dos Comitês pela Verdade (convite abaixo).