Inadimplência das empresas tem maior alta em 22 meses, revela SERASA

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Inadimplência das empresas tem maior alta em 22 meses, revela Serasa

A inadimplência das pessoas jurídicas cresceu 23,6% em maio deste ano em relação ao mesmo mês de 2010, segundo levantamento da empresa de consultoria Serasa Experian. É a maior alta registrada na variação anual desde julho de 2009. Segundo a Serasa, na comparação com abril deste ano, o aumento chegou a 16,2%.

De acordo o levantamento, os protestos apresentaram o maior crescimento mensal, 26,3%, contribuindo com parcela de 10,4% do total de 16,2% do índice de inadimplência. Em segundo lugar estão os cheques devolvidos por falta de fundos, com expansão mensal de 11,2% e contribuição de 3,8%. As dívidas com bancos aparecem com aumento mensal de 7,8% e contribuição de 2,1% no mês.

Segundo os economistas da Serasa, os juros elevados e a desaceleração econômica, decorrentes da política monetária restritiva para controle da inflação, os impactos do aumento dos preços nos custos e o crescimento na inadimplência do consumidor já afetam a capacidade de pagamento das empresas.

O valor médio das dívidas das empresas com os bancos foi R$ 5.049,81, de janeiro a maio, o que representa uma elevação de 5,8% ante o mesmo período de 2010. Os títulos protestados tiveram, nos cinco primeiros meses do ano, um valor médio de R$ 1.723,59 – alta de 7% na comparação com o o mesmo período do ano passado. Já os cheques sem fundos apresentaram, de janeiro a maio deste ano, um valor médio de R$ 2.058,15 – crescimento de 2,7% em relação aos cinco primeiros meses de 2010.

A inadimplência das micro e pequenas empresas foi a que menos cresceu (15,6%) na relação de maio ante abril. No caso das médias empresas, houve avanço de 28,1%, e das grandes, de 20,3%.

Banco Central espera menor entrada de investimento estrangeiro em ações

O Banco Central (BC) reduziu hoje (27) de US$ 15 bilhões para US$ 7 bilhões a projeção para o investimento estrangeiro em papéis domésticos e ações neste ano. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, essa redução será influenciada pelo mercado acionário. “Os ingressos para ações têm sido relativamente baixos neste ano”, disse. Segundo ele, há maior incerteza no mercado internacional, o que diminui as aplicações em ações.

No caso de renda fixa, Maciel afirmou que a expectativa não teve alteração substantiva porque o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para esse tipo de aplicação ocorreu em outubro de 2010. Portanto, a estimativa de agora já incorpora esse aumento do imposto. As revisões de projeções do BC são feitas a cada três meses.

De janeiro a maio, os investimentos estrangeiros totais em ações ficaram em US$ 3,370 bilhões, contra US$ 8,099 bilhões de igual período de 2010. As ações negociadas no país registraram ingressos líquidos de US$ 3,833 bilhões, nos cinco meses do ano, contra US$ 5,224 bilhões registrados no mesmo período de 2010. Somente em maio, houve ingresso de US$ 1,707 bilhão em ações negociadas no país. Nos dados preliminares de junho, até hoje, houve saída de US$ 1,143 bilhão.

O investimento em títulos de renda fixa negociados no Brasil registrou saída de US$ 731 milhões, de janeiro a maio, contra entrada líquida de US$ 2,154 bilhões. Somente em maio, houve ingresso líquido de US$ 424 milhões. Em junho, até 27, houve ingresso de US$ 371 milhões.

O BC também alterou a estimativa para os empréstimos no exterior, depois da elevação do IOF para operações com prazo inferior a dois anos em abril deste ano. A estimativa para os empréstimos de médio e longo prazo passou de US$ 49,8 bilhões para US$ 71,9 bilhões. No caso dos empréstimos de curto prazo, passou de US$ 27 bilhões para US$ 5,5 bilhões.

Segundo Maciel, está havendo um alongamento das dívidas. “Os ingressos de curto prazo cessaram e os ingressos de longo prazo aumentaram”, afirmou.

O BC também divulgou hoje a estimativa para a entrada de investimento estrangeiro direto no país, recursos que vão para o setor produtivo da economia. A previsão foi mantida em US$ 55 bilhões neste ano. De janeiro a maio, o investimento estrangeiro direto somou US$ 26,955 bilhões, contra US$ 11,330 bilhões em igual período de 2010. Em todo o ano passado, esses investimentos chegaram a US$ 48,438 bilhões. Somente em maio, o investimento estrangeiro direto chegou a US$ 3,970 bilhões.

Mais de 13 milhões de pessoas subiram de classe econômica nos últimos 21 meses, mostra FGV

Nos últimos 21 meses, até maio deste ano, cerca de 13,3 milhões de pessoas ascenderam às classes A, B ou C no Brasil. A informação consta do estudo Os Emergentes dos Emergentes, divulgado hoje (27), em São Paulo, pela Fundação Getulio Vargas.

Segundo Marcelo Neri, coordenador do estudo, o dado revela uma “transformação de grande magnitude” que está acontecendo no país. Isso se deve, segundo ele, principalmente porque a renda do brasileiro vem crescendo desde o fim de 2003 e a desigualdade vem caindo há dez anos consecutivos. De acordo com ele, a mudança também ocorreu por causa da estabilidade econômica e do controle da inflação e, sobretudo, devido à educação.

“Só pelo efeito da educação, se tudo ficasse constante, a renda do brasileiro cresceria 2,2 pontos de porcentagem por ano, o que é bastante. Eu diria que a educação é a grande política estrutural por trás disso”, afirmou Neri.

Nos últimos 21 meses, o maior crescimento se deu nas classes A e B (12,8%), seguidas pela classe C, que cresceu 11,1%. Quando se passa a analisar a mudança que ocorreu nas classes econômicas do Brasil desde 2003, o estudo aponta que 48,7 milhões de brasileiros entraram nas classes A, B e C, população maior que a da Espanha.

A base da pirâmide, formada pelas classes D e E, por sua vez, ficou menor. Em 2003, 96,2 milhões de pessoas faziam parte da base da pirâmide. Neste ano, o número passou para 63,6 milhões. A classe C, por sua vez, passou de 45 milhões de pessoas em 1993 para 105,5 milhões este ano.

A principal explicação para o encolhimento da classe E, segundo Neri, são os programas de transferência de renda para os mais pobres, como o Bolsa Família. Já a ascensão da classe C, segundo ele, vem sendo observada desde a implementação do plano real. “O trabalhador brasileiro está trabalhando mais porque se educou mais, está conseguindo trabalho formal e acho que ele é o grande herói dessa ascensão da classe média”, afirmou Neri. Outro fator que contribuiu para a ascensão à classe C foi o aumento do salário mínimo.

O estudo ainda revelou que a evolução dos indicadores das classes sociais no Brasil tem sido superior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e maior que na China. Desde 2003, a renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad) cresceu 1,8 ponto percentual ao ano acima do PIB, superior ao que ocorreu na China, onde o PIB tem crescido dois pontos percentuais por ano acima da renda dos domicílios chineses.

Comparando com os outros países que integram o Brics (grupo de países formado pelo Brasil, pela Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil apresentou, na década de 2000, a segunda melhor taxa de crescimento anual da renda domiciliar per capita entre os 20% mais pobres da população, com 6,3%, atrás da China, com 8,5%. Em terceiro, aparece a África do Sul (5,8%), seguida pela Índia (1%). Já com relação aos 20% mais ricos, a taxa de crescimento anual da renda familiar foi maior nos outros países: China (15,1%), África do Sul (7,6%), Índia (2,8%) e Brasil (1,7%).

O estudo também avaliou que os brasileiros estão mais felizes e satisfeitos com a sua vida que os demais povos dos países do Brics. Numa escala que varia de 0 a 10, a média brasileira de satisfação no ano de 2009 foi 7, enquanto atingiu 5,2 na África do Sul e 4,5 na China e na Índia. No ranking mundial de felicidade, o Brasil alcançou a 17ª posição em 2009, entre 144 países analisados.

*Com informações da Agência Brasil.

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