
Os professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) vão falar na Tribuna Livre da Câmara de Vereadores de Feira de Santana amanhã (18/05/2011), com concentração marcada para as 9h30. Após a participação na sessão, os professores sairão em passeata até a prefeitura municipal. Em greve desde o dia 11 de abril, os professores estão reivindicando do governo da Bahia (PT) a retirada de uma cláusula do acordo salarial 2010 que congela os salários por quatro anos e a revogação do Decreto 12.583/11, que restringe os gastos públicos do Estado.
Em reunião na tarde de ontem (16/05), na Secretaria de Educação (SEC), o governo se recusou a retirar a cláusula e a revogar o Decreto, apesar de divulgar em alguns veículos de comunicação que a cláusula já teria sido retirada e que a greve dos professores era por motivos políticos. Segundo o coordenador da Adufs, Jucelho Dantas o governo está tentando confundir a população com informações falsas. “Em nenhum momento o governo se propôs a retirar a cláusula.
O que ele tem feito até agora é propor mudanças no texto, que não alteram seu caráter restritivo. Mais que o governo, queremos encerrar a greve, mas para isso precisamos de propostas reais. A greve foi a nossa última forma de pressionar o governo a resolver os problemas das Universidades”, completa Jucelho.
Durante a reunião, o governo solicitou uma contraproposta. Os professores estão analisando essa solicitação em seus comandos de greve e com a categoria. Uma nova reunião de negociação foi marcada para o dia 23 de maio, às 14h, na SEC. Na sexta (20/05), professores das quatro Universidades Estaduais, em greve, farão um Ato Público, às 16h, em frente ao shopping Iguatemi, em Salvador, para alertar a população para os motivos da greve.
As negociações entre o governo e os professores pela incorporação da gratificação CET (Condições Especiais de Trabalho) ao salário base duraram mais de um ano. Os professores, demonstrando sua capacidade de negociação, aceitaram o pagamento da incorporação de forma parcelada até 2014. No entanto, no dia da assinatura do Acordo o governo surpreendeu a categoria incluindo no documento uma cláusula que os impedia de fazer reivindicações com impacto no orçamento do estado até 2015.
Segundo o professor Jucelho, o que está impedindo a assinatura do acordo não é o parcelamento da incorporação da CET, mas a imposição do governo para que a categoria passe quatro anos sem reivindicar melhorias. “O governo está divulgando a incorporação da CET como se isso significasse uma grande melhora nos nossos salários e não é verdade. A CET significa um aumento de 07 a 18%, a depender da classe em que se encontra o professor, em quatro anos, o que é muito pouco se lembrarmos que as Universidades estaduais da Bahia recebem os piores salários do Nordeste. Estados com arrecadações de impostos bem menores pagam melhor aos professores”, completa Jucelho.