A agência de Estatística da União Europeia (Eurostat) informou nesta terça-feira que o PIB da zona do euro – que inclui os 16 países que adotam o euro como moeda – cresceu 0,3% no último trimestre do ano passado, abaixo do que vinha sendo previsto.
A expectativa de muitos analistas era de um crescimento de pelo menos 0,4% no último trimestre de 2010.O crescimento de 0,3% foi o mesmo registrado no trimestre anterior e, em comparação com o mesmo trimestre de 2009, foi de 2%.
Os 27 países que compõem a União Europeia cresceram 0,2% no período, disse a Eurostat.
Em todo o ano de 2010, a região registrou um crescimento de 1,7%, o mesmo registrado especificamente nos países da zona do euro.
Alemanha e França
Horas antes da divulgação dos dados sobre o crescimento da região, França e Alemanha, as duas maiores economias da zona do euro, anunciaram que haviam crescido menos do que o esperado nos últimos meses do ano.
Segundo Agência Nacional de Estatística francesa, o país cresceu 0,3% no último trimestre e 1,5% em todo o ano de 2010.
No ano anterior, a economia francesa contraiu 2,5%, a maior retração desde a Segunda Guerra Mundial.
Já a economia alemã fechou 2010 com um crescimento de 0,4%, de acordo com o Instituto Federal de Estatística. Em 2010 como um todo, o crescimento foi de 3,6%
Analistas dizem que o crescimento da Alemanha no último trimestre do ano passado poderia ter sido maior, mas foi prejudicado pelo inverno rigoroso que atingiu o país.
“Só há uma razão importante para a desaceleração do crescimento: o inverno. Não há razão para preocupação. Não é o começo do fim da recuperação, é só uma pausa”, disse o economista Andreas Rees, do banco internacional Unicredit.
Contração
O PIB de outros países da zona do euro teve um desempenho pior e encolheu no último trimestre de 2010, indicando que o bloco pode estar operando em “duas velocidades”, de acordo com o comentarista de economia da BBC Andrew Walker.
A economia de Portugal diminuiu 0,3% no último trimestre e o da Grécia, 1,4%, em comparação com o trimestre anterior. Os dois países foram duramente afetados pela crise do crédito no ano passado.
O governo de Portugal continua implementado medidas de austeridade, na tentativa de evitar a necessidade de um pacote de ajuda da União Europeia, similar aos que foram concedidos à Grécia e à Irlanda.
Na Grã-Bretanha, onde não circula o euro, o PIB contraiu 0,5% no último trimestre.
Nesta terça-feira, foram divulgados dados sobre a inflação no país, que chegou a 4% em janeiro, contra 3,7% em dezembro do ano passado.
Em carta ao governo, o presidente do Banco da Inglaterra (banco central da Grã-Bretanha), Mervyn King, disse que o aumento do índice se deve à desvalorização da libra, ao aumento do VAT (imposto sobre o valor agregado, semelhante ao ICMS brasileiro) e à recente alta no preço dos bens de consumo.
King disse ainda que a inflação pode chegar até 5% nos próximos meses.
*Com informações da BBC BRASIL
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