
Peço perdão aos leitores pelo termo chulo acima. Embora não o escrevendo com todas assílabas, ele parece claro. Este foi o propósito. Falar claro de algo que incomoda as pessoas de bom senso. Infelizmente, uma rede nacional de televisão perdeu a compostura. Seus dirigentes fizeram opção por mais e mais faturamento, por dinheiro fácil. Instalaram um bordel de baixa categoria com personagens que se aviltam obscena e torpemente, comandados pela falta de princípios e pudor de um pseudojornalista. Na verdade, ele exerce a função de animador de lupanar. Revelaram-se os diretores da Rede.
Caiu por terra de forma definitiva o bom mocismo que ela cultuava, de guardiã da ética, da moral, dos bons costumes, das causas nobres. Tudo isto foi para o esgoto. Agora, como disse o antigo compositor baiano, o que vale é a força da grana. Pura e simplesmente, sem subterfúgios. Nada contra o programa em si. Todos os participantes são maiores de idade. O voyeurismo é uma tara sexual muito difundida e apreciada.
Praticada por adultos conscientes das suas responsabilidades e limitada ao universo físico e visual dos apreciadores não causa danos a terceiros. A questão central neste caso é que a esbórnia é transmitida em rede aberta de teledifusão. Invade lares, logradouros públicos, atingindo assim, em horário nobre crianças e adolescentes. É hipocrisia e mau-caratismo fazer campanhas como Criança Esperança, Amigos da Escola e todos os “A gente vê por aqui” quando se presta tamanho desserviço à Educação no país.
O Ministério Público e o Juizado da Infância e Adolescência poderiam fazer valer aqui em Feira de Santana o Estatuto da Criança e do Adolescente retardando o horário da difusão na cidade. Entre uma hora e cinco da manhã as vítimas atuais desta enorme vilania estariam dormindo. Conheço pessoalmente alguns funcionários da afiliada local da Rede em questão. Imagino que, mesmo estes ficarão muito felizes e aliviados com tal medida. Eles também têm filhos, sobrinhos e parentes menores. Gente ainda em idade de pouco discernimento.